Para os profissionais que trabalham com reprodução equina, alguns conhecimentos são essenciais para que os objetivos sejam atingidos com sucesso. Entre esses tópicos está conhecer, em detalhes, a fisiologia reprodutiva das éguas. Entender as mudanças que acontecem no corpo do animal ao longo do ciclo estral, possibilita que o responsável compreenda quando aplicar cada técnica do manejo reprodutivo. Além disso, permite que diagnósticos mais embasados sejam realizados, já que seu conhecimento, aliado a técnicas como palpação e ultrassonografia, permitem dados mais precisos. Sejam estes em exames ginecológicos ou em diagnósticos gestacionais.
Dessa forma, é importante que o veterinário responsável pela reprodução equina compreenda o ciclo estral da égua, com suas variações hormonais e diferentes durações. Além, é claro, de entender as variações fisiológicas que as fêmeas equinas sofrem durante esse período.
Ciclo estral das éguas
Primeiramente, para a compreensão da fisiologia reprodutiva das éguas, e o impacto dessas mudanças na reprodução equina, é preciso entender um pouco mais sobre o ciclo estral desses animais. Assim, de início é importante saber que as éguas são animais poliéstricos estacionais, ou seja, elas possuem período reprodutivo nas estações da primavera e do verão. Essa característica estacional do ciclo estral pode ser explicada por meio de três fatores básicos: a nutrição, a temperatura e o fotoperíodo (maior exposição à luz solar). Além disso, o ciclo estral é dividido em, basicamente, três etapas:
- Estro: período de maior receptibilidade sexual da fêmea ao macho;
- Diestro: período após a ovulação, quando a égua não aceita o garanhão;
- Puberdade: essa etapa é marcada pelo início da atividade sexual da fêmea.
Fisiologia reprodutiva das éguas
Conhecendo o ciclo estral, é possível passar a observar as mudanças que acontecem com as fêmeas ao longo de todo o período estacional. Partindo disso, vemos que na transição do anestro para o proestro fisiológico, o animal apresentará períodos variáveis de sinais comportamentais de estro sem desenvolver estruturas foliculares significantes ou ovular.
Assim, os períodos de 15 a 16 horas de duração do dia, ou de estímulo luminoso, atuam sobre o eixo pineal-hipotalâmico-hipofisário-gonadal interrompendo a produção de melatonina que, quando liberada pela glândula pineal, irá inibir a produção de gonadotrofina (GnRH) no hipotálamo. A modulação da frequência e da amplitude da liberação de GnRH interfere na produção hipofisária e libera os hormônios folículo-estimulante (FSH) e luteinizante (LH). Os receptores ovarianos irão responder ao FSH e ao LH induzindo ao recrutamento, à seleção e à dominância folicular.
Assim,o ciclo estral é definido como início com a ovulação (dia 0) e término no dia anterior a próxima ovulação. Dessa forma, a média de intervalo entre uma ovulação e outra, na maioria dos animais, é de 12 dias, podendo variar dentro do intervalo de 18 e 24 dias. Além disso, a fase estral (folicular) pode durar de 3 a 7 dias. Ela é dominada por um ou mais folículos pré-ovulatórios grandes, por estradiol-17β (estrógeno) e por sinais comportamentais de cio ou receptividade ao garanhão. Isso indica que o animal irá ovular entre 24 a 48 horas antes dos sinais de comportamento do cio desaparecerem.
Diferencial para atuar na área de reprodução equina
Agora que você já sabe que conhecer a fisiologia reprodutiva das éguas é importante para o médico veterinário que atua, ou deseja atuar, na reprodução equina com sucesso. Esses conhecimentos permitem que o responsável pela rotina reprodutiva dos animais conheça suas principais características, selecionando os melhores indivíduos de acordo com os objetivos da criação e as características desejadas. Além disso, conhecer a fisiologia reprodutiva das éguas, permite uma classificação da capacidade reprodutiva das doadoras e reprodutoras, facilitando, também, a sincronização de cio desses animais.
Porém, muitos desses conhecimentos vem com a experiência prática e o tempo de trabalho, o que muitos profissionais ainda não tiveram tempo de atuação para conseguir. Pensando nisso, o veterinário que busca se especializar na área, atrelando conhecimentos à vivência prática, garante um diferencial em relação ao mercado.
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