Procedimentos de primeiros socorros em animais

Os procedimentos de primeiro socorros precisam ser conduzidos de maneira correta, caso contrário pode haver comprometimento da vida do animal. Dependendo da gravidade do quadro, o veterinário deverá ser chamado, para definir o melhor tratamento.

O fundamental é que a pessoa que faz os primeiros socorros tenha conhecimento de causa e o poder de avaliação. Alguns acontecimentos como traumatismos, com cortes superficiais ou profundos, pancadas, hemorragias, doenças metabólicas necessitam de atendimentos imediatos.

No caso dos cortes superficiais e principalmente os profundos, na maioria das vezes, são necessários que se faça uma sutura reparadora, que deve ser feita por um veterinário. As primeiras medidas a serem tomadas são manter o local limpo, para isso o correto é lavar com água limpa associada a um desinfetante (o cloro é um dos mais fáceis de encontrar em fazendas). Pode ser usados, além do cloro, produtos à base de iodo, amônia quaternária, etc.

Se houver sangramento forte, um curativo oclusivo deve ser colocado e mantido sobpressão, para diminuir a hemorragia que deve ser evitada a todo custo.

A primeira medida em quadros hemorrágicos é sempre estancar o sangramento utilizando gaze ou panos limpos, gelo e água fria em abundância. Nunca utilize produtos como açúcar, pó de café ou outros. Isso só suja o ferimento e dificulta o trabalho posterior. A sutura, da mesma forma, é a única maneira de se controlar o sangramento.

No caso de perfuração do abdômen, as vísceras devem ser preservadas do contato com o solo e até das mãos. O risco de ocorrer uma peritonite é grande, por isso é muito importante evitar a contaminação.

Os quadros são diversos nos casos de doenças metabólicas. Os mais comuns são em consequência de intoxicações (ervas, plantas tóxicas, envenenamentos diversos, ureia entre outros) e na maioria das vezes causa empanzinamento (acúmulo de gases no rúmen) que, se instalado, pode levar à morte em pouco tempo. Quadros hemorrágico pode existir em decorrência da ação de venenos (cobras) ou raticidas e devem ser rapidamente tratados com antídotos específicos (Vitamina K ou soro antiofídico). O uso da ureia, hoje muito comum como fonte de proteína na alimentação, pode levar a quadros tóxicos causados por ela. O vinagre caseiro é o melhor remédio e o que salva animais de intoxicação.

Para garantir a sobrevivência da vaca e sua cria em partos difíceis, uma ajuda imediata é muito importante. A tração, às vezes necessária, deve ser cautelosa e nunca feita por mais de dois homens. Outro ponto auxiliar no comando é a lubrificação das partes moles. Medicamentos podem ser utilizados para produzir ou eliminar contrações, mas sempre utilizados com critério. Um feto mal posicionado pode complicar o parto se não corrigida a sua apresentação.

O combate a carrapatos, bernes e verminose também são práticas de manejo recomendadas. Os produtos utilizados normalmente são seguros se respeitadas as instruções de bula, mas acidentes na dosagem correta ocorrem precisando ser utilizados antídotos do produto que está sendo utilizado.

Pneumonia e diarreias são doenças comuns e muitas vezes a morte sobrevém com um quadro de desidratação muito rápido, que deve ser eliminado com a utilização de soros e antibióticos.

O correto é que toda fazenda tenha uma farmácia com medicamentos e instrumentos para prestar os primeiros socorros e um profissional que domine os procedimentos que devem ser adotados em todas as emergências.

Medicamentos de Urgência que deve ter em uma fazenda:

Antitérmicos: usados para conter dor e febre (ex.: Novalgina, D-500); Antibióticos: usados como tratamento e profilático de infecções; Soros: com medicamentos – para intoxicações (ex.: Stimovit, etc.); sem medicamentos – para hidratação (ex.: fisiológico, glicose 5%); Soro Antiofídico: para picadas por cobras; Anti-Inflamatórios: para inflamações, stress (ex.: Banamine, Azium); Antitóxicos: para intoxicações diversas (ex.: Mercepton, Cliconal); Cálcio: para problemas como febre do leite, intoxicações (ex.: Glucafós, Calfon); Anestésicos: sedação e anestesia local (ex.: Rompum, Anestésico local); Auxílio ao parto: para aumentar contrações uterinas (ex.: Ocitocinas); Digestivos: para empanzinamento (ex.: Rumino, Blo-trol); Anti-Hemorrágicos: ex. Monovim K; Desinfetantes: ex. Biocid, Germkill; Materiais diversos: seringas, agulhas, algodão, gaze, esparadrapo, faixas; Antídotos: para intoxicações (ex.: Sulfato de Atropina); Material cirúrgico: agulhas de sutura, porta-agulha, pinças, tesoura, fios de algodão.  

Fonte: Rural Soft

Adaptação: Escola do Cavalo

 

 

Conheça o Curso de Primeiros Socorros em Equinos