A primeira inseminação artificial em equinos, segundo consta a historia foi realizada no Século XIV, por um chefe árabe que, desejando obter um produto do garanhão do chefe inimigo, excitou o animal com algodão embebido com secreções de uma égua em cio, transferiu o sêmen colhido, também em algodão para o interior da vagina de outra égua em cio, e obteve um produto.
O processo de deposição do sêmen no sistema genital feminino, através de manipulação artificial, e no momento adequado, visando à fertilização do óvulo, designa-se Inseminação Artificial. Este sêmen, colhido artificialmente, por diferentes métodos, segundo a espécie é diluído ou mesmo utilizado "in natura", preservando suas características fecundantes, de modo que seja possível inseminar um número máximo de animais com um só ejaculado.
Quando se refere à utilização da IA, normalmente há uma diferenciação relativa ao tipo de técnica utilizada na conservação do sêmen a ser utilizado e ao tempo decorrido entre a colheita e sua utilização:
Inseminação com Sêmen à Fresco: consiste a utilização do sêmen, normalmente acrescido de diluentes apropriados, em um período de até duas horas.
Inseminação com Sêmen Resfriado: nesta técnica, o sêmen devidamente processado e diluído com diluentes ricos em açúcares, lipídeos e antibióticos, é mantido a uma temperatura de aproximadamente 50 ºC e pode ser utilizado por um período de até 48 horas após a colheita sem comprometer sua capacidade fecundante e, consequentemente, os resultados obtidos.
Inseminação com Sêmen Congelado: após o sêmen ter sido congelado com sucesso, pode ser usado por vários anos, ficando conservado em temperatura de -196 ºC em tanques de nitrogênio líquido.
As principais vantagens da Inseminação artificial em equinos são: a redução dos riscos de disseminação de doenças sexualmente transmissíveis, pois o contato sexual direto entre garanhões e éguas reprodutoras é evitado; aumento dos índices de fertilidade, devido a um maior controle sobre a qualidade do sêmen utilizado e também sobre a sanidade reprodutiva das éguas, resultando no acréscimo da eficiência reprodutiva; acelerar o processo de melhoramento genético das raças. Em um período normal de estação de monta, através da monta natural, um garanhão poderia cobrir um número máximo de 80 éguas, enquanto através da Inseminação Artificial poderia fecundar um número muito maior, chegando até 300 éguas. Um garanhão de alto valor zootécnico, com qualidades devidamente comprovadas pode, dessa maneira, disseminar seus caracteres desejáveis muito rapidamente, constituindo uma grande vantagem no que diz respeito ao melhoramento genético; reduz a possibilidade de injúrias para a égua e o garanhão; permite o uso de garanhões que tenham desenvolvido hábitos deficientes de cobertura ou que apresentem lesões limitantes (claudicações); permite a identificação de problemas reprodutivos; permite o uso de éguas impossibilitadas para a monta natural; permite o uso de garanhões que apresentam sêmen de qualidade inferior.
As desvantagens são: aumento dos custos nos trabalhos relacionados ao manejo reprodutivo do haras; obrigatoriedade de um médico veterinário responsável para conduzir os trabalhos.
Quais são os objetivos da inseminação artificial? Como aumentar os lucros utilizando as técnicas da inseminação? Saiba mais sobre as diferentes técnicas de inseminação artificial em éguas. Confira!
Fonte: Abqm
Autor(a): Luciana Ferraz Monte Bochio
Adaptação: Escola do Cavalo