Durante a rotina clínica, os veterinários comumente encontram cavalos com problemas inflamatórios que prejudicam o rendimento cotidiano, como a periostite em equinos. Esta patologia atinge a membrana externa que envolve os ossos chamada periósteo.
Conhecida popularmente no campo como “dor de canela”, a periostite metacarpiana atinge essa parte dos membros ainda imatura. Por isso, acomete em maior parte potros que estão iniciando práticas esportivas. No entanto, à medida que os treinos se tornam intensivos, a patologia vai se agravando e trazendo prejuízos para a saúde animal.
Em geral, o paciente começa o quadro com dor na região e diminuição da capacidade de se exercitar. A classificação do quadro é dividida em aguda e crônica, conforme o estágio da inflamação e grau da lesão.
Neste texto, você vai entender como é a periostite em equinos, quais são os principais sinais clínicos e as causas que levam o processo de desenvolvimento. Ainda, saiba como é realizado o diagnóstico, as melhores formas de tratamento e recuperação do bem-estar animal.
Sinais clínicos
Os treinadores precisam ter atenção às alterações comportamentais do cavalo e entrar em contato imediatamente com o veterinário. A identificação precoce do problema auxilia na rápida recuperação e prescrição de tratamentos eficazes.
Os principais sinais clínicos da periostite em equinos são:
- claudicação;
- dor;
- aumento do volume na região atingida;
- diminuição do rendimento;
- apatia.
Existe a exostose, um tipo de periostite do metacarpiano cujo nome atribuído é sobreosso. Trata-se de um calo ósseo originado por traumatismos na região, choques nas atividades físicas ou acidentes nos momentos de execução de saltos.
Causas da periostite em equinos
São cinco causas associadas à patologia:
- conformação
- imaturidade
- individualidade
- intensidade do exercício
- solo
A periostite em equinos pode surgir pela conformação irregular dos membros, sobrecarregando o osso e, assim, gerando a doença. Outra razão é associada à individualidade. Cavalo com ossos de baixa qualidade, por adversidades no manejo ou problemas congênitos, pode ter essa patologia.
Já a imaturidade do equino, isto é, colocá-lo para fazer atividades físicas muito jovem, contribui para o desenvolvimento de lesões ósseas.
Um dos principais fatores que ocasionam a periostite é a intensidade do exercício. Além de causar exaustão no animal, exercícios de alta intensidade sem períodos de repousos geram estresse dos ossos, trazendo sobrecarga para os membros. Por fim, vale ter atenção ao solo. Quanto mais duro, mais excesso de intensidade sobre os ossos.
Diagnóstico e tratamento
A acurácia na identificação da periostite em equinos necessita de um profissional capacitado, visto que a primeira etapa envolve a observação do animal durante a marcha, percebendo a manqueira. Em seguida, apalpa-se o local para perceber a presença de inchaços, lesões e calor.
No entanto, para precisar o diagnóstico da periostite em equinos, deve-se usar exames de imagem como o ultrassom, que permite avaliar em tempo real o tecido atingido, e o raio-x para análise óssea. Além disso, o ultrassom auxilia na tomada de decisão do tratamento ideal conforme a gravidade do caso.
Para reduzir os sintomas de dor e a manqueira, recomenda-se usar produtos revulsivos para massagem local. Em geral, pomadas à base de iodo ou tinturas de iodo 10% são aplicadas na canela e envolvidas por ligas de descanso.
O animal precisa de repouso para recuperação do tecido atingido. A duração do tratamento pode ser longa se houver fraturas, exigindo acompanhamento terapêutico por seis meses ou mais.
A prevenção da periostite em equinos envolve manter cuidado com animais jovens, desde o manejo nutricional até evitar o excesso de exercícios. Pode-se optar pelos protetores de canelas para uso durante os treinos para evitar impacto e contusões.
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Fontes: Universidade de Évora; Canal Rural; Infoequestre; Turfeonline; Infoequestre; Portal Educação.