Os pequenos Estrôngilos (ciatostomíneos) são os parasitos nematóides de maior relevância, dentre uma ampla gama que se hospeda habitualmente em equinos. A maturação desses parasitos ocorre no intestino grosso e rende ao animal infectado mau aproveitamento nutricional, pêlos eriçados e sem brilho, podendo evoluir para quadros mais graves, como diarréia e, eventualmente, morte, principalmente nos casos de cistostomíase larval, por isso sua grande relevância.
As larvas dos pequenos Estrôngilos são bastante resistentes e estão presentes no pasto por praticamente o ano todo e, mesmo com rigorosas medidas preventivas, muitos cavalos são infectados. A particularidade desses parasitos tem despertado crescente interesse de pesquisadores, nos últimos dez anos. Os muitos estudos realizados investigam a biologia e a patologia dos pequenos Estrôngilos, bem como sua epidemiologia e seu papel no parasitismo clínico, nisto incluído o seu controle.
Com um número, atualmente, de 40 espécies desses parasitos descritas em equinos domésticos, os Estrôngilos possuem ciclo direto, envolvendo um período de desenvolvimento externo, usualmente no pasto. Os ovos postos pelas fêmeas adultas, presentes no ceco e intestino grosso, são eliminados pelas fezes do cavalo (hospedeiro), e desenvolvem-se no ambiente, passando por dois estágios larvais intermediários até atingir a fase infectante, ou L3.
Ao ser ingerida, a larva invade a parede do intestino, alojando-se na mucosa ou sub-mucosa, levando a um acúmulo de fibroblastos ao seu redor, tornando-se, portanto, encistadas. Esses cistos quanto mais exuberantes mais profundos estarão na sub-mucosa. Quando na forma de cisto, a larva evolui, desenvolvendo-se em L4, também encistada. Em seguida, ela abandona o estado de cisto, evoluindo a L5/ adultos machos e fêmeas no lúmen intestinal, para então acasalar-se e produzir ovos, dando início a um novo o ciclo. O ciclo evolutivo dos Estrôngilos dura, aproximadamente, dois meses.
As formas larvares encistadas não hipobióticas requerem tratamentos, durante vários dias de fármacos convencionais para serem eliminadas, e a adoção terapêutica de lactonas macrocíclicas, como as avermectinas/milbemicinas, os quais são compostos capazes de promover, com uma só dosagem, a eliminação dessas formas, sobretudo nas fases L3 tardia e L4 subsequente.
As formas encistadas hipobióticas tendem a não sofrer o efeito de nenhuma molécula, mesmo que se utilizem as lactonas macrocíclicas citadas, uso padrão ou em dosagens maiores. A pouca sensibilidade das formas hipobióticas aos tratamentos, provavelmente, é devida ao fato que, nessa condição, o metabolismo do parasito está praticamente reduzido a sua mínima expressão, mantendo muito pouco contato com o ambiente tecidual que o abriga.
Dessa forma, o controle parasitário em equinos deve contemplar a adoção de fármacos modernos, a serem utilizados preferencial e parcimoniosamente, dentro da racionalidade e obedecendo ao padrão epidemiológico local. Para isso, deve ser priorizado um esquema apropriado de manejo dos animais, pastagem, remoção de fezes e manobras terapêuticas estratégicas objetivando a remoção global de parasitos, e, principalmente, dos pequenos Estrôngilos.
Fonte: Bicho Online
Adaptação: Escola do Cavalo
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