Todo programa sanitário administrado a equinos atletas deve dar atenção especial à infestação parasitária. De acordo com Alessandro Orsolini, coordenador técnico de equinos da Merial Saúde Animal, o problema atinge cavalos de todas as idades e pode estar relacionado a doenças e lesões sérias, como aneurisma verminótico, gastroenterite, dermatites e outras alterações cutâneas, e pneumonias.
Tais parasitas constituem sérios fatores de risco à boa saúde dos cavalos, afetando diretamente o desempenho de animas atletas, além de causar diversos problemas, entre eles cólicas, diminuição do apetite, estado geral pobre, anemia, diarréias ou constipações, retardo de crescimento e até mesmo a morte.
A contaminação dos cavalos ocorre no próprio ambiente em que vivem. Nesse ambiente, seja nas pastagens (piquetes) ou mesmo nas baias e cocheiras, podem estar presentes formas microscópicas de parasitas resistentes ao meio, vivendo no capim, feno ou mesmo na cama. Os ovos ou larvas ingeridas pelos cavalos evoluem até tornarem-se adultos no intestino dos animais e lá se reproduzem, originando milhares de ovos que são expelidos com as fezes e que, por sua vez, recontaminarão as pastagens e o ambiente.
Orsolini indica a adoção de medidas preventivas com vermifugações constantes, para manter estas ameaças distantes do plantel. O primeiro passo é identificar o nível de infestação, com base em exames parasitológicos de fezes (O.P.G). “A infestação pode ter como causa diferentes tipos de patógenos e o grau de infecção pode variar de uma região para outra. Somente após um exame parasitológico é possível estabelecer um calendário profilático realmente eficiente”, ressalta o médico veterinário.
Os cavalos contaminam-se ao longo de todo o ano, havendo, porém, dois períodos críticos extremamente importantes no controle parasitário estratégico: a primavera e o outono. A primavera, além de ser importante por ser à entrada das águas e a época propícia à infestação ambiental parasitária, é também o momento de reinício reprodutivo das éguas, fato relevante ao controle estratégico de parasitas em equinos.
Na maior parte dos casos, a vermifugação deve ser feita de dois em dois meses, com início aos 30 dias de vida nos potros, sempre com o apoio de um médico veterinário. Os produtos devem ser aplicados em doses equilibradas, que variam de acordo com o peso, idade e período gestacional, no caso das éguas. Nas aplicações posteriores, o médico veterinário responsável pelo acompanhamento do animal deve avaliar se é interessante fazer a rotação de princípio ativo, para evitar resistência parasitária.
Além de vermifugações constantes, a adoção de medidas simples pode contribuir para diminuir a infestação por parasitas internos. Como, por exemplo, a correta e constante higienização das baias; a rotação de pastagens, que devem ter esterqueiras fechadas e sempre drenadas, para diminuir a recontaminação por meio de parasitas presentes no solo; além do cuidado de manejar todos os animais sempre de uma vez.
Fonte: Porta e Educação
Adaptação: Escola do Cavalo
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