Nutaliose equina: Doença causada pela picada do carrapato


A nutaliose equina é uma moléstia causada por protozoários do gênero Babesia caballi e Babesia equi. Tem como agente transmissor carrapatos do gênero Anocentor nitens e Amblyomma cajennensis. O problema atinge animais em todo o Brasil e em diversos países do mundo.

Além disso, causa sérios distúrbios aos animais e ao plantel como um todo. É uma enfermidade notificável pela Organização Internacional de Epizootiazes e a principal queixa dos proprietários é a diminuição do desempenho dos animais.

Além do carrapato, existem outros insetos sugadores, como pulgas e mosquitos, que podem atuar na transmissão da doença. Este é um problema sério pois o parasita infecta as células do sangue e as destrói. Além disso, tem  como consequência a anemia que pode ter diferentes graus. Em caso de anemias intensas, o animal costuma perder muito peso, apresentar aparência triste e alguns outros sinais que falaremos mais adiante.

A ocorrência de carrapatos em equinos é um problema antigo na vida dos criadores, além de comprometer o bem-estar dos animais, afeta também a lucratividade do rebanho. E mais, você sabia que um único carrapato adulto pode procriar milhares de carrapatos durante o ano? É muita coisa né? Ao longo deste artigo você conhecerá um pouco mais sobre a doença e formas de controle dos carrapatos. Com certeza sairá ainda mais bem informado. Boa leitura!

Sinais da nutaliose equina

A transmissão na nutaliose equina o animal costuma apresentar manifestações clínicas depois de um período de incubação de em média 8 a 10 dias. A partir daí começam a surgir alguns sinais característicos. É comum ocorrer picos de temperatura a tarde e, normalmente os animais idosos são os que mais sofrem. Outros sinais são:

  • Anemia;
  • Icterícia;
  • Depressão;
  • Partos prematuros;
  • Diminuição no apetite;
  • Incoordenação motora;
  • Nascimento de potros enfermos.

Na maioria dos casos, a nutaliose equina se desenvolve na forma crônica. Portanto, os animais infectados devem ser afastados dos sadios, pois acabam se tornando uma fonte de infecção. Nos casos crônicos, os equinos infectados, quando submetidos a trabalhos árduos ou mesmo um processo cirúrgico que diminuem a taxa de anticorpos, podem voltar a apresentar a doença.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico passa por análises do sangue do animal em laboratórios e técnicas sorológicas. O exame de Piroplasmose, que é um teste seguro aceito na maioria dos países do mundo, é que pode dar resultados precisos. Para realizar este exame, utiliza-se aproximadamente 5 ml de sangue sem anticoagulante (qualquer frasco serve para coletar o sangue, desde que esteja bem limpo e seco).

Pode-se fazer também a pesquisa de hematozoários, que é mais antiga e conhecida. Porém, ela só funciona bem para detectar casos agudos, quando o animal tem febre alta.
É importante destacar que, como hoje em dia, é comum a exportação de cavalos atletas para a venda ou mesmo para participar de competições,  muitos países exigem exames de nutaliose, consistindo em uma medida de prevenção.  

Como é realizado o tratamento?

O tratamento da nutaliose pode ocorrer de diferentes formas, dependendo do parasita que causou a doença.  Quando provocada pela Babesia caballi pode ser combatida pelo sistema imunitário do animal que a elimina da circulação sanguínea. Já aquela provocada pela Babesia equi não pode ser eliminada, e com isso o animal se torna um portador crônico pelo resto da vida.
Existem medicamentos disponíveis no mercado que podem controlar a doença, porém não é possível eliminá-la. Se houver uma queda de resistência no organismo dos equinos, é provável que a doença se manifeste em sua fase aguda. Então, será preciso fazer a manutenção através dos medicamentos.

Formas de prevenção e controle

Para ter o controle eficaz da nutaliose é necessário combater os carrapatos por todo o haras e áreas frequentadas. Primeiro identificar a espécie correta do ácaro que está parasitando os cavalos. Isto pode ser feito através da aplicação do teste "Elisa" em todo plantel a fim de detectar exatamente as espécies que estão no haras e áreas frequentadas.

Não basta simplesmente identificar o carrapato visualizando-o, pois existem espécies que não se deixam ser visualizadas ou raramente aparecem. Após a identificação do intruso, é preciso conhecer mais a fundo sobre seus hábitos. Assim, será possível realizar um combate mais eficaz. Isso porque cada espécie tem um ciclo diferente e, algumas devem ser combatidas em diferentes épocas do ano.

O aconselhável é a visita de um profissional responsável que possa avaliar as medidas adequadas a serem implantadas na propriedade. Desta forma, poderá planejar adequadamente os banhos estratégicos, o controle das plantas invasoras nos campos e o manejo das pastagens. Além disso, é importante usar materiais descartáveis e realizar exames hematológicos periódicos.

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Fonte: Univitta, CPT Cursos Presenciais e Tecsa Equinocultura