A progesterona é o hormônio responsável pela manutenção da gestação. É produzida pelo corpo lúteo e comanda a secreção do fluido uterino. Nos cornos e no corpo uterinos são encontradas as maiores concentrações de receptores para progesterona. É por meio destes receptores que a progesterona promove uma secreção favorável ao desenvolvimento do embrião. A concentração de progesterona necessária para a manutenção da gestação é bastante variável e interfere no metabolismo embrionário, provavelmente por meio da produção de proteínas pelo útero.
A aplicação de luteolítico interrompe de forma abrupta a produção de progesterona, que decresce a concentrações indetectáveis em três dias. Apesar disto, é observado crescimento embrionário por vários dias (relato de até 14 dias). Caso seja feita suplementação de progesterona até quatro dias após a aplicação de luteolítico, ainda é possível o desenvolvimento de uma gestação normal. Fato importante a ser considerado é o tônus cervical, visto que o embrião, apesar de viável, pode ser expulso por uma cérvix aberta. Este fato foi observado em casos de perda embrionária precoce e após aplicação de luteolítico. Perdas embrionárias em receptoras foram registradas quando concentrações séricas de progesterona ficaram abaixo de 2 ng/mL. Já em éguas ovariectomizadas foram observadas perdas embrionárias quando as concentrações séricas de progesterona ficaram menores que 2,56 ng/mL. A concentração normal de progesterona nos dias 8 e 9 do diestro é de 13,9 ng/mL e no final do estro de 0,3 ng/mL.
Decréscimo na concentração sérica de progestágenos foi registrado quando éguas foram submetidas a estresse severo, indicando que o principal mediador desta flutuação de progestágenos é o cortisol e que este quadro é compatível com perda embrionária.
Estudos demonstraram que após a aplicação de luteolítico as concentrações tornaram-se basais após três dias, com queda acentuada nas primeiras 12 h. Outros autores registraram acentuada queda nas primeiras 12 h, ficando abaixo de 1ng/mL após 24 h e concentrações indetectáveis após 48 h.
Grande uso da progesterona sintética é a utilização de receptoras em anestro para receberem embriões. Após três dias de aplicação de estradiol aplica-se a progesterona. De três a 6 dias após a aplicação da progesterona faz-se a inovulação do embrião. Esta é uma alternativa viável para o inverno, quando as receptoras estão em anestro.
Fonte: CPT Cursos Presenciais
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