Estudos recentes indicam que as éguas gestantes tendem a abortar se permanecerem junto aos machos.
Frequentemente, criadores de cavalos enviam éguas a outras manadas para se acasalar com garanhões. Ao regressarem grávidas, ao local de origem, elas se “envolvem” em relações sexuais “promíscuas”, com os machos do seu estábulo, num desejo de disfarçar a paternidade do potro. Isto não sendo possível, as éguas podem abortar a gravidez. É o que revela uma pesquisa.
Em roedores, esse efeito tem sido bastante observado. O cheiro de urina masculina faz com que uma fêmea grávida aborte. Essas descobertas explicam o alto índice de interrupção de gravidez em animais domésticos.
É provável que esse estranho comportamento tenha origem no fato de que os machos costumam matar os filhos de outros machos, numa luta pela supremacia, concluem os especialistas, através de um questionário respondido por criadores de cavalos. Éguas acasaladas em outros estábulos abortaram, em quase um terço, enquanto que todas aquelas acasaladas no seu próprio estábulo levaram a termo sua gravidez.
Observou-se, também, que as éguas eram mais propensas a ter gestações interrompidas quando os parceiros de acasalamento do seu estábulo ficavam em compartimentos próximos. As que foram separadas dos machos e, portanto, fisicamente incapazes de disfarçar a paternidade do potro, eram mais propensas ao aborto.
Já o aborto natural, provocado quimicamente, é um fenômeno bem estudado na biologia, conhecido como o efeito de Bruce.
Supõem os cientistas, que a atitude da égua “impede” um “desperdício de energia” em produzir prole que, provavelmente, ela vai perder para o infanticídio.
A ideia de que animais domésticos podem adotar essa estratégia veio a partir do estudo do infanticídio nas zebras.
Os cientistas acreditam que as zebras e os cavalos domésticos tenham desenvolvido “estratégias de aborto” similares. Eles pensam ser possível que as éguas escolham ter ou não, o potro que está para nascer.
Mesmo sendo um mistério a ser desvendado, essa alta taxa de abortos em equinos, os pesquisadores, afirmam que o estudo pode alertar os criadores sobre a inconveniência de se transportar a égua para o acasalamento ou inseminação artificial, pois exige certos cuidados.
Seu retorno ao ambiente com machos é obviamente prejudicial, sendo, provavelmente, uma das principais causas da alta percentagem de interrupção de gravidez, em animais domésticos.
Fonte: BBC
Adaptação: Escola do Cavalo
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