Se o defeito de aprumo atinge diretamente as quartelas, pode ser bastante prejudicial ao cavalo, que se expõe aos problemas de afecção nos boletos, tendões e ligamentos. A quartela curta pode tornar negativa a comodidade da marcha, principalmente se o defeito estiver associado à angulação insuficiente, o que se denomina, regularmente como quartela fincada.
O amortecimento dos impactos dos cascos está diretamente ligado às quartelas. Elas exercem papel fundamental nesse processo, o que justifica o incômodo sofrido pelo animal, no caso de quartelas curtas e ou fincadas. Entretanto, o menor grau de dissociação apresenta-se no caso da marcha batida.
É importante ressaltar que a avaliação plena da comodidade é complexa, porque está relacionada a diversos fatores, como o grau de dissociação (principal fator), morfologia, qualidade do adestramento, temperamento de sela.
Em alguns animais que apresentam marcha batida diagonalizada, se houver maior angulação das quartelas, melhorando-se a comodidade, é necessário avaliar a inclinação, que não deve ser excessiva. É preciso que haja a sustentação adequada dos boletos, que não podem tocar solo. O ângulo de inclinação das quartelas deve ser proporcional ao ângulo de inclinação das espáduas.
55 graus é a faixa da angulação normal das quartelas de membros anteriores. Nos cascos posteriores, oscila na faixa de 60 graus. A explicação para a diferença é que os cascos anteriores exercem a função principal de apoio, e uma força auxiliar de tração, particularmente se a marcha for M.T.A.D. – Marcha de Tríplices Apoios Definidos. Os cascos posteriores exercem a função principal de gerar a força de impulsão, fundamental para o bom equilíbrio, energia e amplitude dos deslocamentos.
O defeito de quartelas derreadas é ainda mais depreciativo, pois torna impossível preservar a integridade das estruturas de boletos, tendões e ligamentos. Esse tipo de defeito promove afecções graves, mesmo que somente em atividades de baixo a moderado esforço.
Aconselha-se criar fichas de controle do manejo de cascos, onde o ângulo de inclinação das espáduas deve ser anotado, como referência para todas as práticas de casqueamento, durante a vida de utilidade atlética.
Quartelas curtas – trata-se de defeito genético, irreversível. Devem-se manter os cascos balanceados.
Quartelas fincadas – primeiro apoio dos cascos ocorre na região das pinças. O casqueamento corretivo deve ser na região dos talões, de forma moderada. Em alguns animais será necessário o uso de ferraduras corretivas.
Quartelas muito inclinadas – primeiro apoio dos cascos ocorre na região dos talões. O casqueamento corretivo deve ser na região das pinças. Caso o defeito seja grave, caracterizando quartelas derreadas, a correção é praticamente impossível. O que se aconselha é manter os cascos balanceados para não agravar o problema.
Por: Lúcio Sérgio de Andrade
Fonte: Portal do cavalo marchador
Adaptação: Escola do Cavalo
Conheça o Curso de Diagnóstico de Claudicação em Equinos
Veja outras publicações da Escola do Cavalo:
Conheça o biotipo funcional do cavalo Mangalarga Marchador