Assim como no relacionamento entre os seres humanos, entre o homem e o cavalo, ele deve ser, antes de tudo, uma relação de companheirismo, cumplicidade e de amizade. Discute-se a necessidade do chicote (ou stick). É preciso que haja empatia entre o treinador e o animal para que para que o relacionamento seja harmonioso.
Muitas vezes, o proprietário do cavalo se desencanta ao perceber comportamentos não desejáveis em seu animal. Nesse caso, a melhor forma de superar essa dificuldade é seguir o bom senso e procurar entender as atitudes do animal. A paciência e a persistência são elementos fundamentais para se obter bom êxito.
Tal como os humanos, os cavalos vivem de acordo com as regras da teoria prazer/dor, ou da teoria de pressão/prêmio. Esta pressão pode ser física, emocional ou mental.
Basicamente, existem duas formas para ensinar um cavalo; uma baseia-se em castigar o que está errado e a outra em premiar o que está certo. Ambas funcionam como métodos de treino, mas o castigo é anti-ético. A preferência reside em premiar o bom comportamento.
Pode-se fazer a recompensa de várias formas, desde a festa, até a oferta de cenouras que associamos ao bom comportamento, e ainda, à companhia de outros cavalos, ao aliviá-lo do peso do cavaleiro, ao retorno a um exercício menos exigente – tudo o que, na realidade, permita que o animal fique numa situação mais confortável.
O importante não é só o que se faz, mas quando e como se faz. E é necessário que o cavalo perceba.Para que o castigo surta efeito, deve ser aplicado dentro de meio segundo para que o cavalo o associe ao que fez de errado.A recompensa pode limitar-se a um agrado, ou a uma palavra de elogio que podem ser ministradas, instantaneamente, mesmo em momentos cruciais.
É essencial que se “entre” na mente do cavalo e seja rápido ao decidir qual dos problemas provocou o comportamento indesejável, uma vez que compete ao cavaleiro perceber qual é a causa do incidente.
Se o mau comportamento surge repentinamente, acompanhado por sinais de tensão tais como narinas abertas, a cauda para baixo e o queixo tenso, então é mais provável que a causa seja medo ou dor. O cavaleiro pode não ser capaz de ver estes sinais, especialmente se está concentrado em manter o cavalo sob seu comando.
Alguns cavalos levam semanas e até meses para responder a ensinamentos positivos.
É frequente se utilizar uma determinada técnica para manter, sem conseguir, a atenção do cavalo, ou ele desvia a atenção, obrigando o treinador a reforçar a pressão para prendê-lo de novo. Às vezes, é preciso aumentar um pouco a pressão, mas evitar a todo o custo ultrapassar o ponto em que o cavalo começa a negar-se a colaborar.
No mundo dos cavalos, os “chefes” não são mandões. Em situações de manada, existem dois tipos de chefes: o alpha, que manda pelo domínio e o passivo, que manda por dar o exemplo.
Os chefes passivos são habitualmente escolhidos por outros membros da manada, sendo seguidos por vontade própria, enquanto que os alphas utilizam a força para se afirmarem. É provável que se consiga localizar alguns paralelos, no mundo do cavalo, mas é importante assegurar-se de não ser um alpha!
Os chefes passivos são calmos e consistentes no seu comportamento diário, não parecendo ter a necessidade de se afirmarem continuamente para manter sua posição na manada. Os alphas, pelo contrário, são habitualmente muito prepotentes, utilizando, por vezes, ataques não provocados sobre os seus subordinados, unicamente para mostrarem o seu domínio.
Fonte: Equisport online
Adaptação: Escola do Cavalo
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