Cuidar dos cascos é cuidar da performance atlética de equinos

A maneira mais importante de se lidar com os problemas de desempenho em equinos está na avaliação individual de cada caso. Nesse sentido, o ferrageamento dos animais proporciona um maior conforto e faz com que eles sintam mais segurança e tornem-se, consequentemente, mais competitivos. Isso porque a claudicação ou manqueira é a maior causa de problemas nos cavalos de esporte. Por sua vez, as lesões articulares caracterizam a maior causa das claudicações, representando o maior registro pormenorizado de casos clínicos de doença, feito por veterinários clínicos de cavalo esportivo.

Quando com problemas no casco, imediatamente após o contato do casco com o solo, o atrito provoca uma desaceleração no cavalo, reduzindo a velocidade da falange distal do membro para praticamente zero, caracterizando o impacto, que é considerado a fase mais crítica para o desenvolvimento de lesões músculo-esqueléticas no cavalo atleta. O impulso repetitivo durante o andamento, trote, galope ou corrida, mesmo que dentro dos limites fisiológicos, possuem influências marcantes para a formação de lesões articulares em equinos. Diante disso, a utilização de dispositivos que proporcionem uma melhor comodidade ao casco podem efetivamente reduzir as forças de absorção de impacto acentuadamente.

Por outro lado, é importante sempre destacar os cuidados necessários na utilização do ferrageamento. As ferraduras possuem um tempo limite de uso e ultrapassar esse tempo pode comprometer o ângulo do casco e a força de tração exercida. A má utilização das ferraduras associados a um ferrageamento inadequado pode levar a uma claudicação simplesmente pela má colocação dos cravos ou mesmo a queda precoce de ferraduras em cascos quebradiços em virtude de uma colocação muito rasa dos cravos.

De um teste, com as ferraduras PU em 5 cavalos de vaquejada em comparação com 5 de um grupo controle ferrados com FE, ficou constatado, ao término de 60 dias, que os animais ferrados com ferraduras PU tiveram crescimento da camada córnea com maior intensidade. Isso se deve, possivelmente,porque o material é mais flexível, permitindo assim um crescimento mais natural da camada córnea do casco em virtude de haver uma maior circulação na região córnea.

Foi observado também que a durabilidade da ferradura PU é maior em comparação à ferradura FE e que o desgaste ocorre por toda a ferradura por inteiro. O inconveniente da manutenção da ferradura PU por um tempo mais prolongado é que ocorre uma redução na oferta de suas vantagens, por exemplo, a redução do impacto, que será inversamente proporcional ao desgaste da ferradura.

Um outro fator que favorece os animais ferrados com PU é o peso, equivalente a 1/3 da ferradura FE, fator que também contribui para a melhora da performance em animais que apresentem problemas ou não.

Em outro teste, foi utilizada a ferradura PU associada a uma camada de silicone na sola, com uma abertura no ponto mais externo da rotação da falange na sola do casco, em um reprodutor quarto de milha que apresentava sintomas de laminite crônica e rotação moderada da terceira falange. O animal aceitou muito bem a ferradura e com uma semana após o ferrageamento, voltou às atividades de coleta de sêmen.

A utilização dessas novas ferramentas podeajudar a minimizar os problemas de performance dos equinos, tomando-se sempre o cuidado de avaliar casco a caso. Vale ressaltar que a utilização da ferradura PU no dia a dia de um cavalo atleta vai, indiscutivelmente, reduzir lesões, prolongando assim sua vida útil.

Fonte: Agromundo

Adaptação: Escola do Cavalo


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