Ao se perceberem ferimentos nos cavalos, as primeiras providências podem ser fundamentais para a cura e cicatrização, prevenindo-se maiores danos. É importante solicitar, de pronto, a presença de um profissional veterinário.
Enquanto se aguarda sua chegada, deve-se tomar a atitude de acalmar e conter o animal, procurando minimizar-lhe o sofrimento, levando-o a um local que lhe seja mais familiar. Oferecer-lhe o feno pode lhe trazer distração, e, consequentemente, deixá-lo mais tranquilo, até que se possa avaliar a profundidade e a gravidade de seus ferimentos.
Sangramento excessivo; ferimentos que ultrapassem toda a espessura da pele; feridas próximas às articulações; perfurações; feridas severamente contaminadas (prego enferrujado, por exemplo) são as situações que mais necessitam da presença de um médico veterinário.
Hemorragias incontroláveis podem ser desencadeadas por uma atitude inadequada do cuidador, como, por exemplo, a tentativa de se retirar objetos cortantes ou perfurantes que possam ter provocado o ferimento. Deve-se usar, apenas, uma compressa fria. Um pano estéril pode estancar o sangue; não se deve usar algodão. Todo cuidado é pouco ao se retirar, por exemplo, objetos cortantes do casco, pois o ferimento pode se tornar mais profundo.
Somente o veterinário terá condições de avaliar melhor e tomar as devidas providências, através de medicação específica, pois a vida do animal pode ser colocada em risco. Em todos os casos de lesões por ferimentos, por lacerações ou perfurações, deve-se vacinar o animal contra o tétano.
Traumas, fraturas, paralisias, picadas de cobras (acidentes ofídicos) e cólicas são emergências que exigem do tratador muita calma.
Se ocorrer a síndrome da cólica, o simples caminhar já contribui para que se agrave a dor, e o galopar é ainda mais prejudicial, porque acelera a frequência cardíaca, gerando prejuízos maiores ao estado do animal.
Em situações de campo, é importante encontrar locais adequados à manutenção do cavalo em decúbito, em local limpo e macio. Um gramado à sombra pode ser uma opção acessível.
Quando está em decúbito lateral, o cavalo sofre dificuldade na oxigenação sanguínea, pois o pulmão que está para baixo recebe mais sangue (hiperperfusão) e menos ar (hipoventilação), o contrário acontecendo com o pulmão que está para cima, com menos sangue (hipoperfusão) e mais ar (hiperventilação). Em poucas palavras, sobra ar onde tem menos sangue para hematose.
Outra alteração do cavalo em decúbito lateral prolongado é o excesso de peso sobre regiões específicas que podem levar a lesões musculares ou de nervos periféricos. Estas lesões podem causar dificuldade no retorno anestésico e transtornos pós-anestésicos.
Os dois fatores citados são limitantes para o tempo que o cavalo permanecerá deitado.
Deve-se atentar para os cuidados com o cavalo em decúbito lateral sob anestesia geral: proteger a cabeça sobre material macio, evitar traumatismo no globo ocular, evitar aspiração de poeira, tracionar cranialmente o membro torácico que estiver por baixo, para reduzir a pressão pelo peso. Assim ,os riscos de acidentes durante o procedimento são bem menores.
Fonte: CPT Cursos Presenciais
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