Criptorquidismo em equinos: Entenda essa doença

Criptorquidismo em equinos é considerada uma doença ou condição patológica, do aparelho reprodutivo do equino, ou seja, consiste na descida incompleta de um ou ambos os testículos para o escroto, sua localização normal. Podendo ser uni ou bilateral, e é uma ocorrência comum nos equinos, afetando cerca de 8% dos animais, de acordo com estudos, tornando-os grande parte dos casos estéreis.

Cerca de 10% dos casos são de criptorquidismo em equinos bilateral e as situações unilaterais ocorrem frequentemente do lado esquerdo. A situação de criptorquidismo unilateral é a mais comum e, nos equinos, a fertilidade, embora afetada na sua eficiência, é mais próxima do normal já que um dos testículos é funcional. 

Mesmo que o bem-estar geral do animal criptorquídeo possa sofrer alterações insignificantes, os testículos retidos são estéreis e, como tal, anormais, assim, o tecido testicular tem um maior potencial para evoluir para tecido neoplásico podendo ter consequências graves no garanhão e na sua descendência. Continue a leitura e saiba mais sobre essa doença!

Classificação e causas do Criptorquidismo em equinos

Os cavalos podem ter um ou ambos os testículos na cavidade abdominal ou no trajeto do canal inguinal. Então, o criptorquidismo em equinos é classificado de acordo com a localização dos testículos e epidídimos retidos. Dessa forma, se os testículos e o epidídimo estão completamente dentro da cavidade abdominal, o cavalo é denominado criptorquida abdominal total ou completo. Entretanto, se os testículos passaram através do anel vaginal, mas não pelo anel inguinal superficial, o animal é chamado criptorquida inguinal. 

Já, quando o testículo está localizado dentro do abdômen, mas a cauda do epidídimo e o ducto deferente estão dentro do canal inguinal, ele é chamado de criptorquida abdominal parcial ou incompleto. No entanto, os testículos que se localizam no tecido subcutâneo e não podem ser deslocados manualmente para o escroto, são classificados como ectópicos.

As possíveis causas do criptorquidismo são: 

  • Encurtamento dos vasos espermáticos, ducto deferente ou músculo cremáster; 
  • Aderências peritoneais; 
  • Anéis ou canais inguinais subdesenvolvidos e malformações escrotais.

Normalmente, os potros ao nascerem possuem os dois testículos na bolsa escrotal. Acredita-se que a deiscência testicular anormal ou incompleta, seja uma anomalia genética. O criptorquidismo pode apresentar uma característica hereditária, com padrão poligênico de transmissão. 

Sinais

Os cavalos com criptorquidismo bilateral são estéreis. Porém, eles mantém a produção de testosterona pelas células de Leydig, em concentração semelhante à produzida por testículos normais, presentes no escroto. Dessa forma, o comportamento sexual masculino não é alterado, apresentando-se, por vezes, tornando-se mais agressivos e com a libido aumentada que os animais normais.

Os testículos são menores, menos consistentes à palpação e têm coloração escura. Possuem redução do diâmetro dos túbulos seminíferos e número de camadas de células espermatogênicas. 

Os animais que apresentam criptorquidia unilateral, possuem o testículo que ficou retido, hipoplásico e de consistência mole. Eles são geralmente férteis, mas possuem redução da concentração espermática. Os testículos retidos são sujeitos a apresentar neoplasias. Elevando o risco da incidência de tumores na gônada encontrada no escroto. Esses neoplasmas podem ser suscetíveis à torção e estrangulamento de seu cordão espermático.  

Diagnóstico e Tratamento

O diagnóstico pode ser um pouco fácil, se tiver um histórico confiável e não foram realizadas tentativas anteriores de castração. Os processos de diagnósticos envolvem o conhecimento do histórico do animal, o comportamento do garanhão, a palpação externa da região escrotal e inguinal. Se o testículo não for localizado pela palpação externa, deve-se realizar a palpação transretal, para que possa ser identificado a gônada e dos anéis vaginas e inguinais internos.

Outra forma para auxiliar no diagnóstico é a ultrassonografia inguinal ou transretal, onde possibilita a confirmação da posição testicular.

A técnica de diagnóstico mais confiável e com pequena margem de erro, quando o cavalo possui um histórico desconhecido e sem testículos palpáveis é a dosagem da testosterona sérica (andrógenos e estrógenos). Pois, os animais criptorquidas possuem uma concentração maior destas substâncias em comparação aos cavalos castrados.

O tratamento recomendado é a remoção cirúrgica dos testículos abdominais e escrotais. Para o testículo que não desceu é indicado a realização da orquiectomia, devido ao elevado risco de desenvolver tumores. No caso do criptorquidismo unilateral, o testículo retido necessita ser retirado primeiro. Pois, caso a cirurgia tenha que ser parado, possibilita diferenciar facilmente um cavalo castrado de um cavalo criptorquida, por causa do testículo externo.  

Enfim, essa doença apresenta uma grande importância econômica, uma vez que é inviável o manejo desses animais. Devido a possível hereditariedade dessa enfermidade.

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