A claudicação equina é definida pela alteração do movimento normal, natural, dos cavalos. Assim a claudicação, também chamada manqueira, é um forte indicativo de distúrbios de ordem estrutural ou funcional em um ou mais membros desses animais. Essa alteração se apresenta, geralmente, durante a progressão ou em posição de estação.
Podendo ter quatro tipos distintos, a claudicação equina pode ser definida como: claudicação membro de apoio; claudicação membro de suspensão; claudicação mista e claudicação complementar. Esses tipos podem ocorrer associados uns aos outros, mas, em termos práticos, o mais normal é a consulta para investigar uma claudicação de origem dolorosa.
Neste artigo vamos tratar mais sobre cada classificação da claudicação equina e os prejuízos causados por sua ocorrência. Boa leitura!
Primeiramente, como ocorre a claudicação equina?
Os problemas relativos à claudicação equina constituem de 50 a 80% dos casos em que proprietários e responsáveis buscam a intervenção do médico veterinário. Além disso, esses casos são considerados um dos principais fatores que contribuem para uma má carreira desportiva e, até mesmo, encerramento da vida atlética do cavalo.
Contudo, observar e saber quais são seus sinais para acionar o veterinário requer atenção no manejo equino. Um dos pontos que interfere nessa primeira etapa da identificação, é que a dor da claudicação pode ter graus muito variados. Assim num extremo, por exemplo, há o cavalo com uma fratura completa dum osso que não apoia o membro no chão, “andando” literalmente em três pernas. Enquanto em outro extremo temos uma dor muito ligeira, por exemplo, numa articulação que perturba o cavalo quando este dá a batida para um salto e faz com que ele toque nas varas ou se recuse a saltar, mas quando ele é observado não é possível identificar qualquer anomalia.
No meio da escala existem os vários graus de claudicação que podem ser mais ou menos óbvios, dependendo da acuidade e experiência do observador.
Causas mais comuns da claudicação em equinos
A claudicação equina é comumente causada por:
- traumas;
- anomalia congênita ou adquirida;
- infecções;
- distúrbios metabólicos;
- problemas circulatórios ou nervosos.
Além disso, a claudicação é agravada quando ocorre combinação dos problemas mencionados acima.
Geralmente esse distúrbio ocorre nos membros anteriores, e para que o diagnóstico seja feito sem erros, é preciso que o profissional tenha conhecimento detalhado de anatomia, fisiologia da movimentação do membro, avaliação do desenho geométrico e das forças que se resultam sobre o casco dos animais.
#4 tipos de claudicação equina
A claudicação equina pode ser classificada em quatro tipos, dependendo do membro afetado pela lesão:
- Claudicação do membro de apoio: é definida quando o cavalo está suportando peso na pata ou quando este apoia a pata no chão. Então, as lesões na pata, ossos, articulações, ligamentos colaterais e nos nervos motores são observadas;
- Claudicação do membro de suspensão: observada com o movimento do membro, as causas mais comum desse tipo de claudicação são: as alterações patológicas envolvendo a cápsula articulares, músculos, tendões, bainhas tendíneas ou bolas;
- Claudicação mista: observada também com o membro em movimento, inclui qualquer combinação de estruturas afetadas do membro em suspensão ou na claudicação do membro de apoio;
- Claudicação complementar: a dor do membro causa a distribuição de peso desigual entre os membros, ocasionando claudicação em membros sadios.
Como diagnosticar a claudicação equina
Para realizar corretamente o diagnóstico de claudicação equina, o primeiro passo é, sem dúvida, acionar o médico veterinário. Mesmo que algumas das características da ocorrência de claudicação sejam facilmente observadas por tratadores e responsáveis, o diagnóstico certo e o tratamento a ser conduzido devem ser indicados por um veterinário capacitado.
A necessidade do diagnóstico executado por um profissional capacitado surge, principalmente, da identificação da claudicação seguir passos específicos. Sendo eles:
- Anamnese: avaliação dos animais e conversa com o proprietário;
- Exame Visual: exame e avaliação da movimentação do animal (caminhada, trote, corrida e caminhada em círculo);
- Testes de Flexão: realização da flexão dos membros e articulações para verificar possíveis focos da claudicação;
- Exame Meticuloso: análise detalhada para identificação do foco de dor. Aqui são usadas técnicas avançadas, normalmente, com auxílio de anestésicos;
- Diagnóstico por Imagem: avaliação profunda da área de foco da dor com uso de equipamentos, por exemplo, de ultrassonografia veterinária e tomografia.
Atualmente as técnicas e equipamentos de diagnóstico por imagem tem feito cada vez mais parte da rotina desse diagnóstico. Contudo, o uso desses exames de apoio exige do veterinário o conhecimento específico tanto para entender e interpretar as imagens, como para determinar qual a melhor técnica considerando os sintomas apresentados.
Para reduzir a dor e melhorar as condições do animal, existem algumas indicações que podem aliviar a condição dos cavalos com claudicação. Nesses casos, é comumente indicado realizar uma massagem no local do foco da dor e, ainda, compressas frias ou quentes, a depender das lesões.
Cabe então, ao veterinário orientar os responsáveis para que o animal possa seguir o tratamento da forma mais saudável e agradável possível, de modo que sua recuperação seja definitiva.
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Fontes: CPT Cursos Presenciais, Revista Veterinária, Equisport, Revista Científica Eletrônica de Medicina Veterinária