A espécie equina é o exemplo clássico de evolução, na medida que mais e mais fósseis de cavalos foram sendo encontrados algumas ideias sobre a evolução destes animais foram mudando. Existem agora fósseis de diferentes espécies e gêneros, que permitem avaliar as causas de uma outra especificação própria do processo evolutivo.
O primeiro equídeo de que há registos era um pequeno animal que foi classificado pelo nome de Hyracotherium, e não media mais de 30 cm, era muito diferente em aparência dos cavalos que vemos hoje em dia, na verdade era um pouco parecido com um cão: dorso arqueado, pescoço curto, pernas curtas e uma longa cauda. Este pequeno equídeo foi em tempos conhecido pelo nome de Eohippus, que significa "cavalo do amanhecer".
Fazendo uma retrospectiva, o Hyracotherium, apesar de ser bastante primitivo, foi um animal que se adaptou perfeitamente ao meio onde habitava. Aliás, ao longo da maior parte do Eoceno, esta espécie sofreu poucas alterações. O corpo e membros mantiveram-se praticamente inalterados, apenas com ligeiras diferenças nos dedos. A maior alteração deu-se ao nível da dentição. À medida que os equídeos começavam a comer mais plantas e menos fruta, começaram a desenvolver mais dentes de moer, para melhor lidar com o novo tipo de alimentação.
Equus é a génese de todos os equinos modernos. O primeiro Equus media cerca de 90cm/1m, mas já possuía um corpo de cavalo. Coluna rígida, pescoço longo, pernas compridas, alguns ossos dos membros fundidos e sem nenhuma rotação, chanfro comprido, curvilhões baixos.
As mais recentes espécies de Equus conhecidas formavam um grupo de três, conhecido como Equus simplicidens. Estes tinham ainda algumas características primitivas, tais como uma ligeira fossa nasal. Tinham também listras de zebra e um crânio de burro. Tinham provavelmente crinas duras e eretas, uma cauda com pouco pelo, membros listrados e alguma perda de pelo no corpo.
Estes diversificaram- se rapidamente em 4 grupos diferentes, e pelo menos 12 espécies novas. Durante a primeiro era glaciar (fim do Pliocênio) várias espécies de Equus migraram para o Velho Mundo.
Algumas entraram na África e deram origem as zebras que conhecemos atualmente. Outras espalharam se pela África do Norte, evoluindo para espécies adaptadas a condições desérticas. Outras espécies espalharam- se através da Ásia e Europa, mais concretamente aquele que foi considerado o "verdadeiro cavalo": Equus caballus. Outras espécies Equus espalharam-se pela América do Sul.
No Pleistoceno, na América do Norte e América do Sul houve diversas espécies que se extinguiram, incluindo grandes mamíferos. Todas as espécies equinas que habitavam estas zonas desapareceram, assim como o mamute e o tigre dentes de sabre.
Estas extinções em massa parecem ter sido causadas por uma combinação de alterações climáticas, assim como um excesso de procura e caça destes animais.
Em torno de 9.000 a.C., durante o final da Era do Gelo, desfez-se a ligação por terra entre a Ásia e a América (na região do atual Estreito de Bering), e os cavalos na América ficaram isolados dos demais cavalos do mundo. Por causas ainda desconhecidas, ha 8.000 anos os cavalos foram extintos no continente americano.
Nessa época, o gênero Equus distribuía- -se da seguinte forma: cavalos na Europa e Ásia, asnos no norte da África e zebras no sul da África. Para sobreviver aos predadores, o Equus desenvolveu agilidade e velocidade e quatro espécies prevaleceram e deram origem as raças conhecidas hoje. Essas espécies foram: Equus przewalski (na Ásia Central); Equus tarpanus (na Rússia); Equus robustus (nas planícies da Europa); e Equus agillis (nas planícies da Arábia e África).
Dessa forma, a continua evolução do pequeno Eohippus, ao longo de 60 milhões de anos, resultou no surgimento das espécies atualmente conhecidas de zebras, asnos e cavalos (Equus caballus).
Fonte: Mundo dos Animais Adaptação: Escola do Cavalo
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