O criptorquidismo consiste na descida incompleta de um ou ambos os testículos para o escroto, sua localização normal, podendo ser uni ou bilateral, e é uma ocorrência comum nos equinos (2 a 8% dos machos são afetados). A origem do problema é atribuída às anomalias testiculares e ao desenvolvimento de aderências entre os testículos e estruturas adjacentes, e outras.
Cerca de 10% dos casos são de criptorquidismo bilateral e as situações unilaterais ocorrem frequentemente do lado esquerdo. Os cavalos com criptorquidismo bilateral são estéreis mas, mantendo-se a produção de testosterona pelas células de Leydig, o comportamento sexual masculino não é alterado, apresentando-se, por vezes, estes animais mais agressivos que os não-criptorquídeos.
Criptorquidismo equino como uma doença, do aparelho reprodutivo, pode ter consequências graves no animal afetado e na sua descendência, pois a reprodução bem sucedida de uma espécie exige várias condições, entre elas ter uma eficiente produção de espermatozóides pelo macho. Nos equinos, o processo de formação de espermatozóides (espermatogênese) é um dos pontos-chave para garantir que o macho tenha potencial para ser um bom garanhão.
Os testículos, ou gônadas masculinas, são os órgãos onde ocorre a espermatogênese e produção de hormonas esteróides. Nos testículos retidos em animais criptorquídeos há consequentemente supressão térmica da espermatogênese. Embora a produção de hormonas esteróides possa ser afetada por esta condição, geralmente tal não acontece de uma forma óbvia.
A situação de criptorquidismo unilateral é a mais comum e, nos equinos, a fertilidade, embora afetada na sua eficiência, é mais próxima do normal já que um dos testículos é funcional. Na maioria dos equinos criptorquídeos, uni ou bilaterais, a produção de testosterona pelas células de Leydig não é grandemente afetada, pelo que os caracteres sexuais secundários e o comportamento reprodutivo masculino se mantêm inalterados.
As características das lesões macro e microscópicas do(s) testículo(s) dependem da idade do cavalo e da localização do testículo. A nível macroscópico há, normalmente, atrofia pronunciada e aumento da consistência do tecido testicular e a nível microscópico ocorre, frequentemente, hipoplasia das células da linha germinativa e, em animais idosos, fibrose das túnicas.
O criptorquidismo equino é considerada uma doença ou condição patológica, do aparelho reprodutivo do equino, quando há um desvio acentuado à normalidade funcional e estrutural do (s) testículo (s) afetado (s), com consequente perda de fertilidade parcial ou total do garanhão. Mesmo que o bem-estar geral do animal criptorquídeo possa sofrer alterações insignificantes, os testículos retidos são estéreis e, como tal, anormais, assim, o tecido testicular tem um maior potencial para evoluir para tecido neoplásico podendo ter consequências graves no garanhão e na sua descendência.
Por o criptorquidismo ter uma componente hereditária dominante, os animais afetados não devem ser utilizados como reprodutores, mesmo quando um dos testículos é funcional, como nos criptorquídeos unilaterais. Além dos problemas de fertilidade associados, os testículos criptorquídeos podem tornar-se neoplásicos com maior frequência, com uma maior predisposição para o desenvolvimento de teratomas, neoplasmas das células intersticiais e seminomas que podem ter efeitos devastadores para o bem-estar geral do animal, o que poderá exigir a castração completa dos animais afetados.
Fonte: Cavalo Net
Adaptação: Escola do Cavalo
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