Você sabe porque é necessário ter atenção à dentição dos equinos? Os cavalos são animais difiodontes, ou seja, têm dentes temporários de leite trocados por permanentes ao longo da vida. Outra classificação é a heterodonte, que significa que eles têm diversos tipos de dentes. Por esses motivos, é possível saber os estágios da vida e fazer os manejos adequados, ações que impactam diretamente no bem-estar, cotidiano e rendimento animal.
Na clínica veterinária, é comum encontrar algumas patologias associadas aos dentes, como dente de lobo, cauda de andorinha, diastema e ganchos. Esses distúrbios devem ser prevenidos com tratamentos odontológicos feitos por médicos veterinários especializados. Quando não acontece, o animal pode estar apresentando sinais de dor, reação nervosa à equitação, perda de peso e problemas com a performance.
Continue neste texto e saiba a importância dos cuidados com a dentição dos equinos. Conheça mais detalhes sobre a odontologia e a primordialidade para realização de exames de rotina na área.
Cronologia da dentição dos equinos
De fato, a saúde inicia pelos cuidados com a boca e o tratamento dos dentes é essencial desde os potros até cavalos com idade acima de 20 anos. Por isso, os cuidadores precisam criar o hábito de verificar com frequência a dentição dos equinos e, caso observem alterações, como mudanças de comportamento na hora de se alimentar, na mastigação ou, até mesmo, distúrbios do sistema digestório, o médico veterinário precisa intervir com prontidão.
Especialistas em odontologia devem conhecer as fases dos dentes de cavalos. O potro completa a dentição de leite com até nove meses de vida. A troca começará com dois anos e meio. Também devem ser observados os alinhamentos das arcadas.
Com dois anos de idade, o veterinário deve extrair os dentes caninos e verificar a existência de diastemas. Esse procedimento precisa ser realizado antes da utilização dos freios. Se os dentes de leite não caírem até cinco anos do cavalo, é necessário fazer a extração, visto que pode começar a haver encavalamento, e os dentes definitivos não nascerão corretamente, além de que aumentará a quantidade de saliva, ficará mastigando sempre, terá halitose e movimentará a língua constantemente.
A dentição dos equinos entre 5 e 20 anos exige atenção com as ínguas nos molares. Esse problema causa feridas nas bochechas e língua, assim como o animal terá problemas para mastigar, haverá presença de sangue e aumento de saliva. Outra observação frequente é a queda de grãos inteiros da boca, haja vista que não consegue mastigar corretamente. Nesses casos, o veterinário precisa nivelar os desgastes.
Animais mais velhos podem começar a ter queda da dentição. Isso acontece após os 20 anos e prejudica no momento de mastigar e engolir os alimentos. É comum derrubar a comida da boca ou ter mais saliva. O veterinário precisa diagnosticar o animal e prescrever uma alimentação mais mole com a quantidade de nutrientes necessários para o bem-estar.
Cabe apontar, ainda, que os exames de dentição dos equinos servem para estimar a idade animal, quando não se tem documentações comprobatórias para isso. Tal fator se deve à cronologia que indica a etapa de vida que o animal está.
Necessidade de cuidados
Como você pode perceber, há sinais clínicos que evidenciam distúrbios dentários. Entre os mais comuns, destacam-se:
- Salivação elevada
- Problemas para mastigar e deglutir
- Alterações no peso
- Presença de pedaços inteiros dos alimentos nas fezes
- Reação contra a embocadura, podendo mastigá-la, mordê-la e resistir aos comandos
- Diminuição da performance
Estar atento aos indicativos de problemas evita com que muitas doenças se desenvolvam. Até mesmo a cólica equina, grave enfermidade que pode atingir os animais e está associada à alimentação em certos casos.
Investir em prevenção traz melhorias para o cavalo que realizará os exercícios e as atividades com maior desempenho, sentirá melhor com as rédeas e se alimentará corretamente.
Um dos campos fundamentais para os cuidados com os cavalos é associado à dentição. O Curso de Odontologia Equina oferece aprendizados práticos para identificar sinais clínicos de problemas e como realizar tratamentos. Investir em capacitação nessa área é ideal para realizar atendimentos clínicos precisos.
Fontes: Departamento de Medicina Veterinária – Ufla; Revista Portuguesa de Ciências Veterinárias; Cavalus; TudoVet; Revista Veterinária.