O mormo equino é uma grave doença causada pela bactéria Burkholderia mallei que ainda não tem tratamento e pode ser transmitida a humanos. Um animal já contaminado pode contaminar os demais através da água, mas a bactéria também pode se alastrar através de utensílios e alimentos contaminados.
Diante da gravidade do mormo equino, em 2018 as autoridades brasileiras reforçaram as regras para o controle da doença. Nos últimos 20 anos, as principais notificações de casos de mormo foram na região Norte e Nordeste. Ao longo de 2021, 109 casos foram notificados e houve um aumento nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Para frear o controle, médicos veterinários da área equina devem conhecer as medidas de prevenir, se atentar aos primeiros sinais e saber o que fazer quando o mormo equino é identificado em uma propriedade. Veja tudo ao longo deste artigo!
Principais sinais clínicos do mormo equino
Mormo, também chamado de lamparão, é uma doença infecto-contagiosa que atinge todos os tipos de equinos, desde cavalos até mulas e burros. A contaminação acontece pelo contato com material infectante, seja ele pus, secreção nasal, urina ou fezes.
Ao cair na corrente sanguínea, o germe começa a alcançar os órgãos, principalmente pulmões e fígado. Os sintomas mais comuns do mormo equino são:
- Nódulos nas mucosas nasais, pulmões e gânglios linfáticos;
- Pneumonia;
- Catarro;
- Febre de 42ºC, fraqueza e prostração na fase aguda;
- Pústulas na mucosa nasal que se transformam em úlceras profundas com secreção inicialmente amarelada e depois sanguinolenta;
- Intumescimento ganglionar e dispnéia.
Por não existir tratamento, a taxa de mortalidade por mormo equino é alta. Animais suspeitos devem ser isolados e submetidos ao teste complementar de maleína, que deve ser realizada e interpretada por um veterinário do serviço oficial.
Ainda não existe vacina contra a doença e o período de incubação pode chegar a 6 meses. Os animais permanecem infectados por toda a vida e, por isso, é indicado o sacrifício dos mesmos.
Medidas de prevenção para a doença
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), através do Programa Nacional de Sanidade dos Equídeos, publicou a Instrução Normativa Mapa nº 06, de 17 de janeiro de 2018, propondo o controle, a erradicação e a prevenção do mormo equino no país.
Pela Instrução Normativa, o protocolo de prevenção e do controle da doença dependem de um programa de detecção precoce através de exames periódicos, eliminação dos animais positivos associados, restrição de trânsito de equídeos entre propriedades, quarentena/isolamento e completa limpeza e desinfecção rigorosa das instalações do foco.
O que fazer quando há casos de mormo equino na propriedade
Ao identificar os sinais de que o cavalo está doente é preciso chamar um médico veterinário o quanto antes para adotar as medidas sanitárias exigidas. É necessário, também, notificar imediatamente a defesa sanitária, realizar o isolamento da área da infecção e dos animais suspeitos, além de suspender o trânsito animal da propriedade.
Após o teste de maleína, realizado por um médico veterinário qualificado, deve ser feito o sacrifício dos que reagiram positivamente. Os cadáveres precisam ser queimados e todo o material que esteve em contato com os animais contaminados devem ser desinfetados.
Importante reforçar que as medidas profiláticas só podem ser suspensas 120 dias após o último caso constatado.
Diante de uma doença tão grave, médicos veterinários na clínica de equinos, tratadores e donos de cavalos precisam saber como agir. Diversas doenças exigem socorro imediato e tomada de decisões assertivas. Aprenda a agir da forma correta não só no mormo equino, mas também outras enfermidades que podem atingir os cavalos com o Curso de Primeiros Socorros em Equinos.