Segundo dados do relatório de 2006 da IETS (Sociedade Internacional de Transferência de Embriões) o Brasil ainda ocupa o terceiro lugar no cenário mundial em transferência de embriões, realizando 9300 lavados e 5700 transferências de embriões.
Entretanto, um fator que pode abalar toda esta indústria eqüina é a baixa fertilidade das éguas. Uma parte da tropa nacional é composta por éguas idosas, subférteis ou inférteis, apresentando em torno de 30,0 % de recuperação embrionária (Jacob et al., 2000) ou podendo até mesmo ser improdutivas. Essas éguas podem apresentar falhas na ovulação, no transporte espermático, deficiência hormonal e no desenvolvimento embrionário, dentre outros. E em muitos casos esses animais de baixa produtividade apresentam alto valor zootécnico e genético desejável. Nesse caso, é essencial o desenvolvimento de ferramentas que proporcionem o aproveitamento reprodutivo desses animais.
Por esse motivo têm-se desenvolvido diversos estudos que visam aumentar a produtividade do plantel e da parcela menos produtiva, como hormonioterapias diversas, superovulação, fertilização in vitro, dentre outros. Porém, nem todos esses protocolos são comercialmente viáveis, devido a limitações fisiológicas inerente a espécie, resultados insatisfatórios ou mesmo elevado custo dos processos.
Dessa maneira, ainda busca-se um método de comprovada eficiência reprodutiva e que viabilize a produção de embriões de éguas de valor zootécnico e genético elevado, que não respondem aos programas usuais para a produção de embriões. Assim, os índices produtivos em éguas idosas e sub-férteis poderão ser satisfatórios, comparáveis ao de éguas livres de patologias ou deficiências reprodutivas.
Tem sido grande a utilização do método de aspiração de oócitos com o objetivo de aumentar o número de descendentes de éguas com problemas no trato reprodutivo e conseguir descendentes de éguas idosas impossibilitadas de produzir.
A aspiração de oócitos também proporciona outras vantagens como disponibilizar oócitos extras para transferência imediata, sobretudo em éguas que sofreram estimulação superovulatória; podendo ainda serem utilizados para fins experimentais imediatamente ou posteriormente quando criopreservados, visando o desenvolvimento de estudos sobre maturação e fertilização in vitro; possibilita a criação de bancos de germoplasma, dentre outros.
O folículo pré-ovulatório dominante da égua doadora, será puncionado entre 24 a 30 horas após a aplicação de hormônio que induz a ovulação. O oócito será coletado por aspiração folicular guiada por um aparelho de ultra-sonografia. Para a aspiração transvaginal é utilizado um ultra-som equipado com um transdutor micro-convexo de 5 mHz com guia de plástico contendo uma agulha 22G, que é posicionado no fórnice (fundo) da vagina, do mesmo lado do folículo pré ovulatório. O ovário é manipulado por via transretal e o folículo posicionado sobre a linha de aspiração do transdutor. O conteúdo folicular é aspirado com o auxílio de uma bomba de sucção de aproximadamente 150 mmHg.
A transferência do oócito para o oviduto da égua receptora será realizada por laparotomia, sob anestesia local. Faz-se a incisão da pele em uma região mediana entre a tuberosidade ilíaca e a última costela. O ovário e o oviduto são exteriorizados através da incisão para localização do infundíbulo. O oócito será transferido utilizando uma pipeta especial, introduzindo-a na ampola do oviduto.
Assim como a doadora, as receptoras são aspiradas para evitar que ovulem e o oócito sejam indesejavelmente fertilizados.
Fonte: Saúde Animal Adaptação: Revista Veterinária
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