Suplementação X Digestão de equinos

É necessário que se conheça bem alguns detalhes da digestão dos equídeos, para se fazer uso de um volumoso adequado, na suplementação, ao se oferecer aos cavalos uma alimentação saudável. Vários fatores afetam o tempo de permanência dos alimentos nos muitos segmentos do trato digestivo dos equinos, o que, infalivelmente, altera a sua digestibilidade, segundo Olsson & Ruudvere (1955) e Meyer (1995). Desses fatores, destacam-se a individualidade do animal, a composição química do alimento, assim como a quantidade do mesmo, o tipo de atividade física, e o tamanho das partículas do alimento e a quantidade de fibras presente na dieta.

Atualmente, para maximizar o crescimento e a produtividade dos equinos, as dietas contêm altos níveis de suplementos. Isso resulta em aumento do custo de produção, entretanto, oferece uma grande contribuição da dieta volumosa que atende os requerimentos nutricionais dos animais.

Por ser um animal monogástrico e possuir características particulares, o equídeo pode ser classificado como herbívoro não ruminante. O primeiro compartimento (estômago) é pequeno (apenas 9 % do total). Isso requer um fornecimento de alimento, várias vezes ao dia. Outra particularidade é a importância do ceco e cólon (70 % do total) onde ocorrem fermentações que permitem o aproveitamento das fibras.

Por ser pequeno, o estômago do equídeo limita muito sua capacidade de ingestão de alimento. Se o alimento for concentrado, cuja digestão ocorre principalmente no estômago e início do intestino delgado, o fornecimento da dieta deve estar limitado a 2,5 kg por refeição, sendo o ideal ao redor de 1,5 – 2,0 kg de concentrado por vez. Este limite deve ocorrer para que não haja riscos de cólicas por excesso de alimentação, pois o equídeo possui uma outra característica na inserção do esôfago com o estômago;isso impede que o alimento retorne à boca (ele não regurgita).

Caso venha a ocorrer uma ingestão elevada de alimento concentrado, de uma só vez, ele não vai conseguir digerir, havendo uma sobrecarga, podendo ocorrer ruptura do estômago pelo excesso de concentrado. Esta pequena capacidade do estômago faz com que o equídeo tenha que se alimentar durante todo o dia para que possa preencher seu aparelho digestivo. Um equídeo solto a pastoalimenta-se durante 18-19 horas por dia.

O volumoso tem seu processo de digestão ocorrendo, principalmente, no intestino grosso (ceco e cólon) onde ocorrerá ação da flora intestinal. Devido às fibras contidas no volumoso, a velocidade de passagem deste para o intestino é rápida. Isso também leva a uma característica particular no manejo alimentar do equídeo. Não se recomenda oferecer volumoso misturado ao concentrado ou logo em seguida ao fornecimento do volumoso.

É necessário um criterioso fornecimento das refeições, obedecendo-se aos mesmos horários. Cavalos não devem passar longos períodos em jejum, para evitar a ocorrência de gastrites ou úlceras. Isto, muitas vezes, é difícil de ser realizado, pois a rotina dos animais atletas acaba sendo determinada pelas necessidades das competições, além de viagens constantes às quais estão submetidos.

Fonte: Agronomia – o portal da tecnologia

Autor: Herbert Vilela

Adaptação: Escola do Cavalo

 

Conheça o Curso de Manejo Nutricional de Equinos (Alimentos e Alimentação)


Veja outras publicações da Escola do Cavalo:

A importânica da limpeza e higienização em equinos

A doma e sua importância

Claudicação Equina