Dicas de ferrageamento sem prejudicar seu cavalo

Antes de aparar o casco, é importante conhecer o ângulo da paleta do seu cavalo. Apare os cascos anteriores (mãos) e tente colocá-los com o mesmo ângulo da paleta. Confira o ângulo dos cascos com um gabarito angulador de casco. Os ossos digitais devem ser alinhados, de forma que colocando uma linha reta do meio do boleto e meio da quartela (falanges), ela deve passar pela muralha lateral do casco, alinhada com as suas cânulas naturais (linhas verticais do casco).

Observe que no casco achinelado, as linhas do casco não coincidem com este alinhamento da quartela, porque o casco tem ângulo menor do que a paleta e a linha (eixo digital) é flexionada para baixo (lado do chão).

Limpe a sola, abra os 3 canais da ranilha de forma a deixar passar o dedo mínimo, para entrar ar na sola, obtenha a concavidade da sola e não corte jamais as barras, pois elas são a continuidade da muralha de sustentação e garantem 30% da sustentação do cavalo.

Os cascos devem estar  balanceados no sentido médio-lateral (largura) e ântero-posterior ou comprimento. As metades dos cascos precisam ser iguais, assim como os comprimentos, desde a pinça até cada um dos talões.

Os cascos dianteiros têm que ser iguais entre si. Quando aparar os cascos traseiros, siga as mesmas instruções. Assim, quando o cavalo coloca o casco no chão, ambos os talões se apoiam, ao mesmo tempo,e o casco rola a pinça no meio. O desgaste da ferradura ocorre exatamente na frente, e o voo (breakover) é elegante e para frente (avante).

A escolha da ferradura deve estar de acordo com as necessidades do cavalo. E é importante ajustá-la ao casco bem aparado. A ferradura deve proteger toda a muralha de sustentação, apoiando-se até o final do talão, sem obstruir os canais da ranilha e possibilitando a expansão da muralha nos quartos e talões.

Nos posteriores, a ferradura pode ter ligeiro sobrepasse de talões, nos animais de talões fracos ou escorridos, de forma a dar maior base de sustentação para o cavalo. A mesa da ferradura é escolhida de acordo com a atividade do cavalo. Mesa estreita (filete) para corrida, mesa média (17mm) para trabalho, treinamento e lazer e mesas mais largas para esbarro ( 25mm) ou tração.

O material da ferradura (aço, alumínio puro, liga de alumínio, poliuretano, com alma de alumínio e outros metais especiais), bem como os demais acessórios (guarda casco, agarradeiras, palmilhas, talonetes e até rampão) devem ser escolhidos de acordo com a atividade, de preferência com conhecimento, para não prejudicar a performance do animal.

A fixação da ferradura deve ser feita com o cravo adequado, escolhido de acordo com a espessura da ferradura e com o canal ou craveira, de forma que a cabeça do cravo fique totalmente embutida na concavidade do buraco ou canal da ferradura. Os dois últimos cravos a serem pregados não devem ultrapassar a “linha do juízo do ferrador”, ou seja, a linha imaginária que une o final dos médios do casco, antes dos talões.

Complicado? Não. Imagine o meio da ranilha, com o casco levantado, e trace uma linha para os dois lados. Ela passará sobre a muralha de sustentação (onde a ferradura apoia) exatamente no lugar dos últimos cravos, em cada lado da ferradura. Esta é a “linha do juízo do ferrador”.

Depois de bater os dois primeiros cravos (ombros) e os dois últimos (talões) da ferradura, bata o guarda casco (se houver). Apoie o casco com a ferradura no chão e observe se a linha imaginária que passa pelo meio do boleto, da quartela e do casco (eixo ântero-posterior do digital) está reta. Se estiver tudo bem, pregue os demais cravos, lembrando que uma boa ferradura terá, no mínimo, 5 furos de cada lado e furos nos talões para colocar agarradeira ou cravar talonetes , calços para corrigir aprumos ou palmilhas. Ferradura barata com três ou quatro furos de cada lado nem sempre atende às necessidades do seu cavalo. Os cravos devem sair a uma altura aproximada de 3 vezes a espessura da ferradura.

Por último, mas não menos importante, depois de acabar de fazer o serviço, não esqueça de repor o verniz dos cascos com o cascotônico, para devolver também a flexibilidade, incentivar o crescimento e proteger a sola, paredes e ranilha, contra as brocas, frieiras e podridão.

Fonte: Mundo dos cavalos

Adaptação: Escola do Cavalo

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