Quando se pretende comprar ou vender um cavalo, é comum que se faça uma avaliação do animal. Esse procedimento deve ser realizado por um profissional da área de veterinária, para que tanto o vendedor quanto o comprador fiquem tranquilos ao realizar o negócio.
O veterinário inicia um teste de flexão no membro anterior. Levanta o membro, flexiona-o ao nível do boleto, cerca de 60 segundos, e leva o cavalo para testar o seu trote.
Inesperadamente, seu animal trota com dificuldade, o que o vai frustrar o vendedor.
Os testes de flexão do membro anterior foram descritos na literatura sueca, pela primeira vez, em 1923.
Tornaram-se parte integrante dos exames clínicos em cavalos que claudicam, bem como nos exames periciais.
Mas, não se deve preocupar se o cavalo não trota de forma satisfatória, após o teste, porque essa dificuldade pode ser temporária.
Claudicações não se revelam por um único meio de avaliação, como no caso da pressão exercida sobre o membro anterior ou do posterior, no teste de flexão, além de não ser habitual medir essa força de pressão, embora haja aparelhos que o façam.
Houve um Congresso Veterinário em Phoenix, Arizona, onde não se fechou questão sobre o tempo de duração dos testes, pois as recomendações variaram, entre 30 segundos e 3 minutos.
Este estudo revelou também que há divergências entre uma resposta positiva, num exame destes, e outros indicadores, tais como os raios X.
Comentou-se, na mesma ocasião, que muitos cavalos não são comprados por não passarem nos testes em exames, em atos de compra, o que parece não ao que se conhece atualmente. A resposta ao teste pode variar em grande escala pois depende de fatores como a força aplicada, a duração do teste, a idade do animal, o momento do exame, a experiência e o bom senso do examinador.
Não é de se admirar, pois, que cavaleiros e proprietários se tornaram cada vez mais céticos a respeito desses exames. Com efeito, muitos cavalos têm ótimas performances, nas várias modalidades, mesmo quando não “passam” num teste de flexão do membro anterior.
Em 1998 e durante o Circuito del Sol, na Espanha, um cavalo, depois de testado por um veterinário francês, além de claudicar depois do teste, esteve 3 dias quase sem apoiar o membro “testado”, para grande fúria do seu proprietário, que garantia que o animal nunca havia tido qualquer claudicação, o que era verdade.
Duas semanas depois, o mesmo cavalo foi examinado, em Portugal e na Alemanha, a pedido de outro possível comprador, e passou em todos os testes, com distinção, e, hoje, compete internacionalmente.
Muitas vezes, o que parece ser, não é…
Fonte: Equisport Online
Adaptação: Escola do Cavalo
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