Se dedicando ao hipismo em tempo integral, Luiza Tavares de Almeida, hoje com 20 anos, foi a primeira atleta hípica a carimbar seu passaporte para as Olimpíadas de Londres, na Inglaterra, que será aberta em 27 de julho. Também modelo, Luiza concorre no adestramento clássico, esporte originário da Itália no período do Renascimento e que lembra antigas práticas de guerra. Nessa modalidade, conquistou a única vaga olímpica individual para países da América do Sul e América Central. Em seu currículo, entre outras conquistas relevantes, brilham as medalhas de ouro individual e a de prata por equipe nos Jogos Mundiais Militares, no Rio de Janeiro, em 2011. Para concorrer, frequentou um curso do Exército e depois recebeu a patente de terceiro-sargento da força. Sim, futura advogada, Luiza é sargento do Exército, o que a leva a concorrer fardada.
Em Londres, Luiza vai participar sozinha no adestramento e a missão torna-se bem mais árdua. Em equipe, o país fica forte. No entanto, para retornar a uma Olimpíada em equipe, o Brasil precisava conquistar medalha nos Jogos Panamericanos de Guadalajara, no México, ao final de 2011, mas não conseguiu.
Agora é tempo de acelerar o treinamento. Todas as manhãs, exceto às segundas-feiras – folga dos animais -, Luiza e os cavalos Pastor e Samba, dois valentes da raça puro-sangue lusitano, podem ser vistos na Hípica Paulista, em São Paulo. No início do dia, os exercícios são físicos e os craques treinam na esteira. À tarde, vem a parte técnica, ou seja, o conjunto vai para a pista. Esse pique só termina em maio, quando Luiza, Pastor e Samba embarcam com destino à Alemanha. Lá, os trabalhos serão intensificados com treinadores europeus – mais experientes. Em 30 de junho, ela decide qual dos cavalos segue para Londres. O outro retorna ao Brasil.
Luiza tem muita coragem e sabe que irá enfrentar montarias de mais cancha, afinal, a Europa treina o adestramento há séculos. Ela diz que seu objetivo é chegar à semifinal. “São 50 concorrentes. Se eu estiver entre os 25 de melhor desempenho, será maravilhoso.”
Apesar de Luiza estar em várias capas de revistas, jornais e ter presença assídua na TV, ela não perder a modéstia. Ainda que saiba da tradição e da superioridade europeias para o adestramento, ela não tem intenção de ser atleta por lá. Não nega, no entanto, que pretende defender muitas vezes a escuderia brasileira no velho continente. “Quero absorver a experiência e a categoria europeias e ajudar a aprimorar o esporte aqui no Brasil, como outros tantos profissionais já o fazem.” Aliás, observa Luiza, o hipismo em geral cresce aceleradamente no país, impulsionado pelo apoio das entidades e pela melhora na renda da população.
As Olimpíadas são o maior evento esportivo de todo o mundo e têm a participação de atletas brasileiros desde os jogos de Antuérpia, na Bélgica, em 1920. Em Pequim, há quatro anos, o país levou 277 atletas, sendo 144 homens e 133 mulheres, que concorreram em atletismo, basquete, boxe, canoagem, ciclismo, esgrima, futebol, ginástica, handebol, hipismo, judô, levantamento de peso, lutas, natação, nado sincronizado, maratona aquática, pentatlo moderno, remo, saltos ornamentais, tae kwon do, tênis, tênis de mesa, tiro com arco, tiro esportivo, triatlo, vela, voleibol e vôlei de praia. Da China, o Brasil trouxe três medalhas de ouro, com Cesar Cielo (natação), Maurren Maggi (salto em distância) e as meninas do vôlei. Conquistou ainda várias comendas de prata e bronze.
Além da modalidade adestramento, o país concorre nas de salto e concurso completo de equitação (CCE). Até o início deste mês, os nomes dos cavaleiros não eram conhecidos ainda, visto que as seletivas continuavam.
Fonte: Globo rural
Adaptação: Escola do Cavalo
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