O ajuste da alimentação da égua em reprodução pode evitar o aparecimento de problemas como: redução das possibilidades de fecundação, o retardamento do ciclo normal nos anos seguintes e baixo número de potros nascidos no decorrer da vida reprodutiva da égua.
Para prevenir a infertilidade de origem nutricional, na prática, deve-se proceder a um fornecimento de "ração concentrada" todos os dias, para que os níveis protéicos, minerais e vitamínicos se adéquem às necessidades do animal. Estudos recentes realizados na área de nutrição animal revelam que a má nutrição é um dos maiores responsáveis pela infertilidade nos animais domésticos, especialmente nos equinos, e o mais grave é que a sua importância tem vindo a ser cada vez mais esquecida.
De acordo com os estudos feitos por os especialistas, entre as complicações mais comuns, provocadas por uma alimentação deficitária, destacam-se problemas na ovulação (cio não fértil), na nidação (fixação do embrião no útero), na gestação e mesmo na viabilidade do feto. Quando a má nutrição é grave e extensa pode ocasionar problemas de aborto, que predispõem a complicações infecciosas comprometendo a fertilidade ou, simplesmente, o nascimento de animais prematuros ou poldros fracos, pouco resistentes e sujeitos à mortalidade logo após o nascimento.
Considerando-se que a gestação da égua se divide em duas fases, na primeira fase, que vai desde fecundação (ou l° mês) ao 8°, é recomendável que a égua mantenha seu peso ou engorde um pouco, se estiver muito magra. Nessa fase, ocorre um crescimento de cerca de 1/3 do tamanho total do feto e as necessidades da mãe são ligeiramente superiores às que tinha antes da gravidez. Dessa forma, sugere-se que sua alimentação envolva forragem de boa qualidade e uma quantidade mínima de ração concentrada, que pode ser aproximadamente 0.5 Kg de ração por cada 100 Kg de peso da égua.
Já na segunda fase de gestação, que se inicia no 9° mês e vai até ao 11° ou nascimento do potro, o crescimento e o aumento do tamanho do feto muito grande, é de cerca de 2/3 do peso total, ao contrário do que acontece na 1ª fase. Nesse período, a alimentação fetal é prioritária em relação à mãe. Nessa fase, dá-se o aumento das necessidades nutricionais da égua e define-se o "futuro potencial" do animalzinho, isto é, seu potencial de crescimento.
Nesse estágio também, a alimentação da égua tem que ser cuidada, visto que é aí que ela mais vai disponibilizar todas as suas energias, proteínas, vitaminas, minerais, etc., para o rápido crescimento do filhote. Nesse momento, só a forragem ou pastagem não são suficientes, tem que, obrigatoriamente, fornecer ao animal uma quantidade adequada de ração concentrada, cerca de 1 Kg de ração por cada 100 Kg de peso do animal, Além disso, se necessário, acrescentar na alimentação suplementos vitamínicos.
A ração deve ser de boa qualidade, ou seja, não deverá conter grãos estragados, com mofo, bolorentos, com bicho, etc., e na sua formulação, deverá conter todos os elementos essenciais como cálcio, fósforo, minerais, aminoácidos como a lisina, etc., a fim de cobrir todas as necessidades da égua gestante. Essa alimentação deverá ser dada ao animal repartida duas vezes por dia, pelo menos. Isso porque, durante esse período, a égua deve também adquirir uma reserva corporal. O ganho deve ser de, aproximadamente, 13% de seu peso durante a gestação, sendo necessário ser 10% nesse período, para que não ocorra uma desnutrição, quando ela entrar na fase de aleitamento do poldro. Por outro lado, ela não deve engordar em demasia, pois isso irá dificultar o parto.
Uma dieta adequada no final da gestação garante vantagens como: compensar a queda de apetite momentos antes do parto, permitindo a manutenção do bom estado corporal; estimular o desenvolvimento fetal, assegurando o nascimento de um potro saudável com maturidade; ativar a produção de anticorpos para a produção de um colostro de excelente qualidade, que comprova última proteção anti-infecciosa; e ainda promover alta produção leiteira favorável ao crescimento inicial do potro. Por todas essas razões, deve-se sempre dar atenção à alimentação dos animais, principalmente das éguas gestantes.
Fonte: Cavalo Net
Adaptação: Escola do Cavalo
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