A desparasitação em equinos ocorre com a administração de um produto (desparasitante) com o objetivo de eliminar organismos parasitas e que não prejudica o administrante. A desparasitação não deve ser feita a partir de um programa padrão. Ao contrário, cada programa deve ser individualmente estabelecido para cada pátio, quadra, quinta ou coudelaria, considerando o manejo, o tipo de estabulação, o número de cavalos, o movimento de animais, a densidade de população, a história prévia de infestação parasitária, entre muitos outros fatores.
Antes da aplicação dessa atividade, é aconselhável ouvir a orientação de um Médico Veterinário, pois um programa de desparasitação inadequado não só pode ser ineficaz, como também pode conduzir ao desenvolvimento de estirpes de parasitas resistentes aos desparasitantes, com problemas sérios para o futuro.
O tratamento com desparasitantes deve ser apenas uma pequena parte de um programa eficiente de desparasitação.
Um bom método para reduzir o risco de infestação parasitária é usar pastagens mistas com cavalos e ruminantes (ovelhas, vacas ou veados). Isso porque os parasitas das ovelhas não afetam os cavalos e vice-versa. Além disso, as ovelhas ao pastar removem da erva as espécies larvares infectantes para os cavalos. Do mesmo modo, apanhar as fezes dos cavalos e removê-las da pastagem, todos os dias, pode reduzir consideravelmente o grau de infestação parasitária do pasto.
Alternativamente os campos devem ser lavrados e divididos em paddocks usando um sistema de rotação entre as pastagens, o que pode dar tempo para que os estádios larvares sejam eliminados naturalmente.
O tipo de desparasitante a ser utilizado e a frequência de administração variam consideravelmente, de caso para caso. É necessário estabelecer um programa de desparasitação racional, conservador e mais ecológico para garantir a sua eficiência ao longo do tempo e prevenir o desenvolvimento de resistências.
Em termos de composição química, podemos considerar quatro classes de desparasitantes, a saber.
Ivermectina: são talvez os desparasitantes usados com maior frequência hoje em dia. Eles têm uma ação bastante eficaz contra todos os tipos de Nematódeos, com a exceção dos estádios larvares imaturos de Ciatostomas, mas não exerce qualquer ação contra as Tênias.
Moxidectina: trata-se de uma versão “melhorada” da Ivermectina, altamente eficiente contra todos os tipos de Nematódeos, incluindo os estádios larvares imaturos de Ciatostomas, e também não exerce qualquer ação contra as Tênias.
Benzimidazole: são desparasitantes que atuam apenas contra algumas espécies de Nematódeos, mas têm caído em desuso devido ao desenvolvimento de resistências durante a última década. Uma exceção significante é o Fenbendazol, que quando usado em doses elevadas por períodos prolongados, tem uma ação altamente eficaz contra os estádios larvares imaturos de Ciatostomas. Este produto também não surte efeito contra as Tênias.
Pirimidinas: são desparasitantes que exercem alguma ação contra Nematódeos adultos, mas não atuam sobre quaisquer estádios larvares. Além disso, tem havido problemas de resistências de Nematódeos a estes compostos. O valor desse produto reside, principalmente, na sua ação única e eficaz contra as Tênias, quando administrado numa dose dupla, da dose recomendada para o uso contra os Nematódeos.
Fonte: Equi Sport
Adaptação: Escola do Cavalo
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