O cavalo é um animal que, ao longo do tempo, desenvolveu habilidades e características físicas para chegar a sua forma atual. Uma destas características é seu hábito alimentar, que o torna um animal herbívoro, especializado na digestão de fibrasfazendo com que desenvolvesse, consideravelmente, o ceco, porção do intestino grosso habitada por bactérias, as quais digerem as fibras da dieta do cavalo e as transformam em nutrientes como energia e vitaminas.
O hábito alimentar do equino forçou-o a uma nutrição em constante movimentação, fazendo-o habituado a refeições pequenas e frequentes. Considerando que o cavalo passou a viver confinado em baias, quando sua natureza é estar livre em busca de melhores pastos, é preciso observar sempre uma série de princípios da alimentação de equinos, de modo a evitar distúrbios gástricos que possam prejudicá-los. O primeiro e mais importante de todos esses princípios é a água. A água compõe aproximadamente 60% da massa corporal do equino e é o nutriente mais importante para a manutenção de suas funções vitais. A falta de água pode levar um cavalo à morte, bem mais depressa que a falta de pasto, feno, ração ou sal mineral. A única restrição com relação ao fornecimento de água é o fornecimento de água imediatamente após o exercício físico, sendo aconselhado que se espere sua condição de descanso para que possa consumir água à vontade. Em segundo lugar, o ingrediente mais importante da dieta equina é o volumoso, ou seja, a forragem. Ela que vai proporcionar motilidade ao trato gastrointestinal do cavalo através das fibras que contém. Para isso, é necessário que as forragens componham no mínimo 50% de toda a matéria seca consumida pelo cavalo. Um cavalo consome, em média, 3% de seu peso vivo em matéria seca por dia, isto é, de alimentos 100% secos, sem qualquer umidade. Dessa forma, ele deve consumir no mínimo 1,5% do seu peso vivo de forragem seca por dia. Além disso, um cavalo precisa consumir de 0,5 a 1,5% de seu peso vivo de ração, dependendo de seu nível de atividade física e de seu estado fisiológico. Essa quantidade deve ser dividida em várias refeições ao longo do dia, a fim de que ele tenha diversas e pequenas refeições. As refeições de ração e volumoso devem ser alternadas, no intervalo de uma a duas horas, para que ambas sejam aproveitadas ao máximo pelo organismo equino. É necessário também observar a qualidade e o estado dos alimentos fornecidos.
Dessa forma, toda vez que se abre um saco de ração ou um fardo de feno é importante observar cuidadosamente o alimento antes de fornecê-lo ao cavalo, verificando se não há presença de mofo. A fim de evitar mofos no alimento, é preciso reservar locais limpos, protegidos de umidade e bem ventilados no haras ou na própria propriedade, para armazenar a ração. Manter os sacos distantes do chão (sobre estrados) e das paredes, evitando a absorção de umidade que estes pontos acumulam, também ajuda na conservação do alimento. Outro princípio básico a se notar é o fornecimento de alimentos apropriados para cada categoria. A ração certa para o cavalo é aquela que atende às exigências da categoria animal a que ele pertence. Em linhas gerais, o cavalo estará bem nutrido se a qualidade dos alimentos for a melhor possível e se esses alimentos forem fornecidos na quantidade mínima necessária. Além disso, respeitar horários de alimentação, ter atenção ao comportamento do cavalo e à qualidade dos alimentos que ele consome e evitar exageros são algumas boas práticas dentre muitas outras podem garantir saúde e bons resultados ao equino.
Fonte: Agromundo
Adaptação: Escola do Cavalo
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