Dentro da reprodução equina, existem algumas técnicas rotineiras que são básicas para os profissionais. Elas são a base do dia de trabalho de quem atua nesse segmento da equinocultura. Entre essas, está a palpação retal em equinos.
Também conhecida como palpação transretal, essa prática é um dos exames mais básicos da rotina do profissional que atua com reprodução. É um exame simples em que o veterinário introduz, através do reto, a mão e o braço no animal. Como o nome palpação retal sugere, nesse exame a ideia é apalpar os órgãos e estruturas relacionadas ao aparelho reprodutor dos equinos.
O objetivo do exame é realizar uma análise, através do tato, das estruturas reprodutivas do animal e de alguns órgãos adjacentes como intestino, rins e bexiga. Assim, percebemos que para o profissional executar de forma correta a palpação retal em equinos, é necessário um bom conhecimento da anatomia do animal.
Como o exame envolve grande proximidade entre médico e animal, algumas estruturas são necessárias para que a palpação retal seja realizada. Entre elas estão:
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Troncos de contenção;
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Piso áspero e não escorregadio;
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Estruturas sem pontas expostas que possam machucar os animais
Esses são procedimentos de segurança que preservam tanto o animal quanto o veterinário responsável. Desse modo, mesmo que o animal fique irritado ou desconfortável durante a realização do exame, ele e médico estão seguros.
Principal papel da palpação retal em equinos
Como já citamos, a palpação retal em equinos desempenha um papel fundamental no manejo reprodutivo desses animais. No geral, ela é utilizada em atendimentos clínicos, bem como na avaliação do trato genital e diagnóstico gestacional. Quando realizado da forma correta, o médico consegue palpar diversos órgãos internos, entre eles, intestino delgado, intestino grosso, rins, baço, útero e ovários.
Desse modo, o principal uso da palpação retal em equinos se dá no diagnóstico gestacional das éguas em até 45 dias depois da fecundação. Pois, com a realização do exame é possível entender a situação interna do animal e predizer o estágio de desenvolvimento do feto.
Contudo, este exame não permite, nem mesmo ao veterinário mais experiente, muitos detalhes sobre a situação de prenhez. Uma vez que é um exame tátil e não visual, algumas estruturas podem não estar muito definidas, o que dificulta alguns pontos desse diagnóstico
Assim, atualmente, a palpação retal em equinos tem sido usada em combinação com outro biotécnica muito importante: a ultrassonografia veterinária.
Palpação retal e a ultrassonografia na reprodução equina
A ultrassonografia transretal é uma biotécnica desenvolvida para auxiliar a palpação retal em equinos. Com ela o veterinário é capaz de visualizar estruturas internas como o útero, os ovários e o cérvix. Assim, a ultrassonografia já está amplamente difundida e é tida como fundamental na reprodução equina. Isso porque, entre outras coisas, seu uso permite o diagnóstico precoce da gestação, além de ser possível determinar causas de infertilidade na égua.
Grande parte do tempo da rotina do profissional de reprodução equina é ocupada com o controle folicular e acompanhamento do útero das éguas. Assim, tanto num programa de gestações de matrizes, quanto num de transferência de embriões, a palpação retal em equinos e a ultrassonografia são fundamentais para que o sucesso esperado seja alcançado.
Por isso, a ultrassonografia, além de possibilitar a visualização das estruturas, tem diversos benefícios sobre a palpação retal isolada. Quando aplicada ao trato reprodutivo das éguas permite, de forma direta, detectar alterações morfológicas e anatômicas, normais ou patológicas, dos tecidos moles ou órgãos explorados, associadas a eventos fisiológicos.
Porém, para um exame bem realizado, o conhecimento das particularidades são fundamentais. Assim, entender alguns sistemas de ultrassonografia e as propriedades dos órgãos e tecidos a serem examinados é pré-requisitos para quem quer trabalhar na área..
Isso porque, antes de se iniciar o exame ultrassonográfico, é necessária a realização da palpação retal em equinos. Assim é possível reconhecer os órgãos, com a finalidade da localização e orientação espaciais iniciais. Em seguida, o transdutor é introduzido no reto e movimentado de um lado a outro, sobre a genitália interna (ovários e útero), produzindo imagens longitudinais do corpo do útero ou cortes transversais dos cornos uterinos.
Enfim, vimos como a palpação retal em equinos, apesar de básica, ainda é um pilar para novas biotécnicas. Sem ela, o exame ultrassonográfico realizado seria muito mais complicado, o que toma tempo e dificulta o manejo reprodutivo desses animais. Por fim, é sempre importante ter em mente a necessidade do conhecimento para a execução desse tipo de trabalho. Afinal de contas, na reprodução equina, a qualidade dos animais gerados é fundamental para o sucesso de criadores e veterinários.
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