Os equinos em condições naturais apresentam um cortejo sexual prolongado composto por comportamentos de interação do macho e da fêmea no cio, que culminam em estimulação sexual, ereção e cópula.
Para se chegar à cópula:
– primeiro ocorre o estímulo do flehmen ou lábio-enrolado, quando o cavalo percebe substâncias químicas potencialmente excitantes – contração dos lábios superiores, com distensão do pescoço para cima é uma postura do macho quando cheira fezes ou urina de outro animal ou ainda quando cheira a vulva de uma fêmea no cio;
– O garanhão se apruma, arqueia o pescoço e cavalga ostensivamente na frente da égua com um passo alto característico de escavar o solo;
– Ocorre então a aproximação frontal entre as partes;
– Os animais se cheiram mutuamente;
– A égua se mostra receptiva – A égua para, solta algumas gotas de urina contendo sinais químicos que denunciam seu estado sexual e expõe seu clitóris;
– Ocorre então a exposição do pênis do garanhão, que cheira a vulva da égua, podendo inclusive lamber as gotas de urina para ter uma melhor apreciação da substancia química para saber se a égua esta realmente receptiva – novo flehmen;
– Finalmente se for constatada a receptividade da fêmea ocorre então à monta e a cópula.
Durante o período do cio as éguas apresentam algumas modificações em seu comportamento. A vulva aumenta de volume e ficam edemaciada, os lábios vulvares ficam frouxos e se abrem facilmente para o exame. A vulva fica vermelha ou alaranjada, úmida e brilhante, coberta por uma fina camada de muco transparente. A mucosa vaginal é altamente vascularizada e um muco aquoso pode acumular na vagina. A égua assume uma postura característica de micção, a cauda fica levantada, a urina é expelida em pequenas quantidades e o clitóris é exposto através de contrações rítmicas e prolongadas.
Os garanhões reprodutivos podem apresentar comportamento sexual anormal, distúrbios ejaculatórios e características desfavoráveis do sêmen. No comportamento sexual anormal pode ocorrer: falha em atingir ou manter uma ereção com libido fraca ou excelente; intromissão incompleta ou falha dos movimentos pélvicos após a intromissão, libido fraca, dor em lesões ocorridas durante outras coberturas; desmontar no início da ejaculação por causa de lesão ou dor; falha ao ejacular mesmo com ereção completa, prolongada e depois de repetidas intromissões; boa ejaculação durante um curto período, mas sem ejaculações posteriores a não ser após repouso sexual, apesar de a libido permanecer alta; animais que só ejaculam após masturbação.
Para o Colégio Brasileiro de Reprodução Animal o comportamento anormal é aquele que o animal que copula sem realizar alguma das preliminares já citada. Isso porque o homem, ao manipular a reprodução, considera desnecessário esse comportamento. Segundo esse estudo, a tendência é considerar aquele garanhão que é o mais rápido em efetuar a cópula como aquele de maior libido.
No caso dos distúrbios ejaculatórios, estes apresentam manifestações individuais diferentes entre os garanhões. Na maioria dos casos a ereção peniana esta associada com vários movimentos copulatórios que terminam em completa ou incompleta falha na ejaculação. Problemas ejaculatórios podem ocorrer mesmo após atividade reprodutiva normal em estações de monta consecutivas. Os problemas ejaculatórios podem ocorrer devido a um bloqueio direto de impulsos nervosos ou gordura, baixa condição corporal ou exaustão resultante de coberturas frequentes. O estresse causado por mudanças no ambiente pode também prejudicar o desempenho reprodutivo do garanhão, já que uma falha na estimulação normal dos centros supra espinhal gera uma falha na secreção de norpinefrinas o que leva a uma falha na contração dos músculos lisos do trato reprodutivo.
Geralmente os animais com problemas reprodutivos respondem bem a um novo treinamento e a recuperação pode ser conseguida sem tratamento farmacológico.
Fonte: Cavalo do Sul de Minas
Adaptação: Escola do Cavalo
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