O Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) examinou, desde julho, aproximadamente 250 equídeos (cavalos, éguas, jumentos, burros e mulas) de propriedades rurais de Uberlândia e de outros 16 municípios abrangidos pelo escritório regional do instituto. O que levou o instituto a examinar estes equinos foi a confirmação do diagnóstico de Mormo em duas éguas que eram criadas em Araguari.
Segundo, Luiz Carlos de Oliveira, coordenador regional do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) em Uberlândia, os dois animais sacrificados em Araguari, no dia 19 de julho, foram os únicos casos de Mormo identificados até agora no total de testes realizados pelo laboratório do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), localizado em Recife (PE). Ele afirmou que os equinos infectados no Parque de Exposições do Sindicato dos Produtores Rurais de Araguari conviviam com outros 95 animais, que permanecerão isolados até o fim de outubro, quando o instituto deve receber do laboratório pernambucano os resultados dos últimos testes.
Edmar Martins, gerente de qualidade em um frigorífico de Araguari, disse que a quarentena imposta pelo IMA aos equídeos da cidade interfere na exportação da carne dos animais, principalmente para o mercado consumidor europeu. “Na interpretação do Ministério da Agricultura, nosso frigorífico deve ficar mais de quatro meses sem exportar para Holanda, Bélgica, França e Itália, nações da União Europeia, que respondem por quase 80% das nossas exportações”, disse o gerente.
O coordenador do IMA disse: “Pedimos que os donos dos equídeos evitem a aglomeração dos animais, principalmente em festas e cavalgadas, para impedir o contato e o possível contágio da doença”. A doença é provocada pela bactéria Burkholderia mallei e não tem cura. Na ocorrência do diagnóstico positivo, o animal infectado precisa ser sacrificado.
De acordo com ele, o IMA exige que o criador de equídeos apresente o GTA (Guia de Trânsito Animal) e o resultado oficial negativo para Mormo, caso os animais precisem participar de eventos como leilões, feiras, exposições, rodeios, vaquejadas e cavalgadas.
Gustavo Galassi Gargalhone, proprietário de um haras com 80 equinos, precisou submeter seus animais aos testes para detecção da bactéria Burkholderia mallei. Segundo o criador, a medida do IMA fez com que os criadores da região de Uberlândia ficassem mais atentos quanto aos sintomas dos animais. “O Mormo sempre existiu, mas a comprovação de dois animais infectados em Araguari serviu para que tomássemos mais cuidados. Na minha propriedade, por exemplo, orientei os tratadores sobre os principais cuidados, especialmente em relação aos animais que chegam de regiões onde há suspeita de foco da doença”, afirmou Gustavo Galassi. Todos os testes realizados nos animais do haras tiveram resultado negativo.
O governo de Minas confirmou o primeiro caso de Mormo em abril deste ano na região de Montes Claros. A bactéria Burkholderia mallei, responsável pela doença, é transmitida por meio do compartilhamento de comedouros e bebedouros, além do contato com secreções e excreções dos animais, como urina, fezes e saliva. Embora seja rara, a transmissão do Mormo para humanos é fatal na maioria dos casos.
Os animais susceptíveis à doença são cavalos, éguas, jumentos, burros e mulas. O agente causador é a bactéria Burkholderia mallei. Os Nomes populares são: lamparão, farcinose, mal de Mormo e catarro de burro. Os sintomas são: febre alta, perda de apetite, dificuldade respiratória com tosse, secreção e excesso de muco nas narinas, conjuntivite com secreção, úlceras e nódulos nas pernas, costas e ventre do animal. As vias de infecção: digestiva, aéreas, genital e cutânea. A disseminação da doença: nos alimentos, bebedouros, cochos, embocaduras e utensílio de montaria.
Fonte: N1 Cavalos
Adaptação: Escola do Cavalo
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