Cara inchada em equinos é cientificamente conhecida como Hiperparatireoidismo Nutricional Secundário ou Osteodistrofia Fibrosa. O distúrbio está diretamente relacionado ao manejo nutricional dos animais.
Quando feito de forma errada pode levar ao aumento da liberação do hormônio PTH ( paratormônio). Esse, atua diretamente na retirada de cálcio dos ossos e liberação para corrente sanguínea.
A afecção metabólica está diretamente relacionada ao sistema locomotor, constitui-se como um problema de repercussão óssea, pois ocorre a diminuição da densidade mineral devido a uma exacerbada reabsorção óssea, causada pela deficiência de cálcio (Ca). Pode ser resultante de uma deficiência primária ou secundária, levando à substituição do tecido fibroso e à formação de cistos.
Já deu para perceber que a cara inchada em equinos pode causar sérios prejuízos ao rebanho né? Mas fique tranquilo, acompanhe esse artigo até o final e receba conteúdo que vai te deixar ainda mais bem informado sobre o assunto.
Quais as causas da cara inchada em equinos?
Já sabemos que a enfermidade tem ligação direta com a nutrição, é causada pelo desequilíbrio mineral envolvendo cálcio e o fósforo, o que leva a hipertrofia do osso nasal. Aliás, não é novidade que a alimentação tem papel fundamental no bom desenvolvimento dos animais. Com os equinos não é diferente. Para ficar mais fácil listamos as quatro causas principais da cara inchada, confira:
1 – Ausência de cálcio na alimentação – Com essa deficiência ocorre menor absorção para a corrente sanguínea, provocando em diminuição nos níveis de cálcio e prejudicando a relação Ca:/ P.
2 – Excesso de fósforo na alimentação – Causa, igualmente, o mesmo desequilíbrio, mesmo que os níveis de cálcio estejam normais. Deve-se evitar oferecer aos animais o milho, farelo de trigo e certas gramíneas como napier, por serem fontes de fósforo.
3 – Ingestão de oxalato – Essa substância está presente em algumas forrageiras, e, se unida ao cálcio, formam um quelato, impedindo-o de exercer suas funções vitais. Alguns tipos de brachiária, a sectária e o quicuio são pastagens ricas em oxalato, e devem ser evitadas para não provocar o excesso desse elemento no organismo dos equinos.
4 – Deficiência de vitamina D – Esse é outro fator de desequilíbrio na relação Ca:/ P. Essa vitamina é indispensável na absorção do cálcio pelo organismo. Essa deficiência é rara, pois ocorre em animais que não tomam sol, uma das maiores fontes de vitamina .
Sinais da enfermidade
É comum que os animais jovem apresentem sintomas mais evidentes do que comparados aos equinos adultos. A principal característica é que em função da perda da matriz óssea, os ossos apresentam um aspecto “mole”. E mais, tumefeitos e deformados trazem uma aparência de cara inchada nos equinos. Devido a essa deformação os animais podem apresentar:
- Obstrução da passagem nasal
- Ruído em uma das vias superiores
- Queda dos dentes
- Perda de peso
- Mastigação anormal
- Queda no consumo alimentar
E não para por aí, cara inchada em equinos tem consequências tão sérias que por conta das fortes dores, o animal pode ter:
- Queda no desempenho do trabalho
- Claudição alternantes e insidiosa
- Exostose em pontos de periostite
- Deformação da coluna
- Fratura e encurvamento dos membros devido à desmineralização óssea
Quando se trata de éguas gestantes afetadas por este problema, elas costumam ficar em decúbito permanente. Mais severos ainda são os casos envolvendo éguas lactantes e potros em desmame , pois estes têm uma grande demanda de Ca.
Como é realizado o diagnóstico?
O principal sinal de alerta é sem dúvida o aumento de volume na cara dos equinos, a partir daí devem ser realizados diferentes exames de sangue. Assim, serão observados os níveis de fosfatase alcalina e a concentração plasmática de paratormônio (PTH). Outro exame realizado é o de raio-X em equinos, ele indicará se existe uma deficiência de Ca ou de outra causa de osteodistrofia fibrosa, mas para isso, a densidade óssea deve reduzir-se em 30% antes de ficar radiograficamente evidente.
Tratamento da cara inchada em equinos
O objetivo inicial do tratamento é regularizar o metabolismo mineral, com foco principal no equilíbrio Ca: P. Alimentos ricos em P (principalmente milho e farelo de trigo) devem ser suspensos, o animal deve ser alimentado com pastagens de qualidade. Outra dica importante é manter os animais afetados em confinamento durante os primeiro meses da doença. Pelo menos até que as densidades radiográficas das regiões afetadas retornem ao normal.
É recomendado dar preferência aos alimentos pobres em oxalato, principalmente quando esta for a causa da desmineralização óssea. Quando não for possível, os níveis de Ca e P devem ser aumentados acima das exigências normais.
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Fonte: Revista Veterinária e Realh