No Triângulo Mineiro, um parque de exposições está interditado com mais de 90 animais desde junho. Duas éguas precisaram ser sacrificadas. Isto devido ao mormo que é uma doença infectocontagiosa que preocupa os criadores de equinos de Minas Gerais. O primeiro foco da doença surgiu em março, no norte do Estado, e o órgão de defesa sanitária passou a exigir exames para liberar a guia de trânsito animal (GTA).
Débora Pericole, veterinária do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) explica que: "O mormo é uma doença infecciosa causada por uma bactéria e também uma zoonose, que pode ser transmitida do equino para o homem. O mormo pode causar problemas respiratórios no equino e nódulos cutâneos pelo corpo. Mas, precisamos deixar bem claro, que o mormo pode vir na forma assintomática, ou seja, o animal pode não apresentar sintomas, apesar de estar contaminado".
O Parque de Exposições de Araguari (MG) está interditado desde junho, quando foram feitos exames de sangue em 98 animais e três tiveram resultado positivo. Duas éguas precisaram ser sacrificadas. O exame foi repetido e mais três animais ficaram sob suspeita.
Somente depois de realizado o exame de maleína é que os equinos podem ser sacrificados. No exame os veterinários tiram fotografias dos olhos dos animais antes de aplicar uma injeção de proteína da bactéria que provoca o mormo na pálpebra inferior do olho. Se houver reação em 48 horas, é exigido o sacrifício do animal.
"Todos os eventos foram cancelados, aqui tem o laço, o team penning, além das coberturas, têm muitas pessoas que dependem do comércio de animais aqui dentro, lamenta o veterinário do Sindicato Rural de Araguari, Fernando Lara Mendes".
Foi realizado pelo IMA todo o procedimento técnico de rastreabilidade nas propriedades da região de Araguari. A interdição proibiu a circulação e a comercialização de equinos em um raio de dez quilômetros do parque. Um dos problemas é que existe um frigorífico na região que exporta carne de cavalo para países da Europa, Japão e África, e o prejuízo já passa de R$ 3 milhões.
Edmar Martins, gerente de qualidade do Frigorífico Prosperidade, destaca que: " O Ministério da Agricultura deixou por ordem exportarmos para União Europeia, que representa 60% do nosso comércio da carne de equídeo. A gente teve que paralisar as nossas atividades, dar férias coletivas até ser saneado o foco e retornar as atividades de exportação''.
O coordenador regional do IMA de Uberlândia, Luiz Carlos Oliveira alerta "o Estado tem esta grande preocupação. Gostaríamos de orientar os produtores rurais que têm equídeos para que fiquem atentos e façam os exames de forma muito clara, porque quando o animal tem a doença, o laboratório comunica direto o IMA e passamos a adotar medidas de proteção".
Fonte: Pecuária Rural
Adaptação: Escola do Cavalo
Conheça o Curso de Transferência de Embriões em Equinos
Veja outras publicações da Escola do Cavalo: Saiba mais sobre a Ovulação de Éguas Você sabe o que é Trypanosoma Evansi em equinos? Claudicação equina: o que fazer para evitar?