Considerada uma das mais nobres raças de cavalo do mundo o cavalo Árabe é a raça mais antiga do mundo, difundida principalmente através das invasões muçulmanas na Europa e dos ataques das cruzadas nos séculos XII e XIV.
De conformação elegante e nobre linhagem, o cavalo Árabe é bastante usado no melhoramento de outras raças e até de cavalos comuns.
O aperfeiçoamento da raça ocorreu em um fértil planalto da península Arábia quando ali se fixaram por um bom tempo e desenvolveram suas principais qualidades que eram a força, rápidez e resistência. Contudo a criação seguiu restrita por um longo período ao oriente. A partir do século XII, os sultões turcos dominaram o Egito e grande parte de áreas cruciais de comércio entre ocidente e oriente como Constantinopla, e foi através destas rotas de comércio que os cavalos árabes foram se espalhando pelo mundo.
O Puro Sangue Árabe é produto de séculos de seleção, uso e aprimoramento por parte dos cavaleiros do deserto. Sua pureza foi mantida naturalmente devido ao isolamento natural do deserto da Arábia, onde as condições climáticas por si só levariam a formação de uma raça resistente, forte e versátil. Una-se a isso o fato de os Beduínos sempre selecionarem seus animais visando beleza, inteligência e agilidade, preservando os animais que se mostravam os mais ativos e aptos sob uma sela, ou seja, aqueles que podiam enfrentar longas caminhadas sem comida ou água e ao final tomar parte de batalhas contra tribos inimigas, onde velocidade e habilidade, resistência e fibra constituíam a diferença entre a vitória e a derrota, a vida e a morte.
Foram necessários mais de três milênios de seleção para se chegar ao cavalo de guerra do deserto: o cavalo Árabe, capaz de resistir a prolongados períodos de trabalho intenso com o mínimo de cuidado e alimentação. Os três mil anos de seleção e aprimoramento do cavalo Árabe proporcionaram-lhe um poder genético incomparável. A partir da idade média, garanhões árabes foram exportados para quase todas as partes do mundo, dando origem a outras raças e regenerando plantéis inteiros de cavalos. Assim nasceram o puro-sangue inglês, o Orloff (cavalo de sela francês), o Alter, Trackener, Hanoveriano, o Quarto-de-Milha, entre outros. Os cavalos Árabes costumam apresentar pelagem castanha, alazã e tordilha e possuem aptidão para hipismo rural, enduro, trabalho e lazer. Um macho pesa entre 400 e 500 quilos e mede cerca de1,48 a1,52 metros. Já a fêmea atinge o peso entre 350 a 450 quilos, com altura semelhante ao macho.
O cavalo Árabe é um animal cuja história se confunde com a do homem desde há muito tempo. Nas competições de longo percurso no EUA e na Europa as qualidades persistem em seu fenótipo e são reconhecidas até hoje. No Brasil, onde essas provas começam a ser realizadas, o puro sangue Árabe se destaca sempre nas primeiras colocações.
A produtividade diária do Árabe surpreende no trabalho da fazenda. Atualmente o sangue Árabe é muito utilizado no melhoramento genético, com intuito de transferir refinamento, resistência, inteligência e outras qualidades.
No Brasil uma das funções mais importantes do reprodutor Árabe é a regeneração de cavalos de trabalho e esportes através da mestiçagem. Criadores de várias regiões do país têm conseguido verdadeiros milagres ao colocarem o sangue Árabe em suas éguas.
O uso do cavalo Árabe no melhoramento de outras raças ainda é pouco difundido, mais publicações e estudos em torno do assunto podem contribuir para que assim mais criadores possam aderir essa prática e desfrutar de todas as qualidades que a raça tem para oferecer.
Fonte: Artigonal
Adaptação: Escola do Cavalo
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