Estudos de casos e projetos de pesquisas têm validado que a equitação é uma forma efetiva de tratamento para muitas disfunções físicas e cognitivas.
A importância e a utilidade do cavalo para a evolução humana já é de conhecimento de todos, o que muitas pessoas desconhecem é que o contato com esse animal pode também trazer benefícios às pessoas com deficiência, por meio da equoterapia. O cavalo é um animal dócil, de porte e força, que se deixa montar e manusear, transformando-se em um amigo para o praticante, que cria com ele um importante laço afetivo. Essa relação de confiança e cumplicidade é essencial na sua recuperação, proporcionando ganhos não apenas no aspecto físico como também psicológico, possibilitando à pessoa em terapia uma boa dose de motivação e autoestima para seguir em frente e alcançar a sua reabilitação.
A Associação Nacional de Equoterapia (Ande-Brasil) fundada há 17 anos e sediada em Brasília, é responsável pela capacitação nessa área, reconhecendo e ministrando cursos em todo o Brasil.
Segundo a associação a equoterapia pode ser definida como um método terapêutico e educacional, que utiliza o cavalo dentro de uma abordagem interdisciplinar nas áreas de saúde, educação e quitação, buscando o desenvolvimento biopsicossocial de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida.
O animal é o objeto intermediador entre o praticante e o terapeuta na equoterapia. O contato com o cavalo propicia melhora na autonomia e independência. Além disso, promove a organização e a consciência do corpo, estimula a força muscular, melhora o equilíbrio, a postura e desenvolve a coordenação motora.
De acordo com Lélio de Castro Cirillo, presidente da Ande-Brasil, os profissionais que atuam na equoterapia são especializados em: Fisioterapia, Psicologia, Equitação, Terapia Ocupacional, Pedagogia, Psicopedagogia, Educação Física e Fonoaudiologia, entre outros.
Para compor uma equipe são necessários no mínimo os seguintes profissionais: fisioterapeuta, psicólogo e equitador.
A indicação do uso da equoterapia é para crianças e adultos, em diversos casos, como paralisia cerebral, acidente vascular cerebral (derrame), trauma, crânio encefálico, lesões medulares, síndromes, autismo, psicoses, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), deficiência visual, deficiência auditiva, fobias, estresse, entre outros. A terapia só pode ser indicada após avaliação médica, psicológica e fisioterapêutica. As sessões podem ser realizadas em grupo, porém o planejamento e o acompanhamento devem ser individuais.
O terapeuta precisa conhecer a patologia do paciente, o cavalo, as técnicas específicas a empregar nas áreas de saúde, educação e equitação e entenda as necessidades do praticante. Durante toda a sessão, o terapeuta ajuda a estimular a autoconfiança, a autoestima, a fala e a linguagem. Promove, ainda, estimulação tátil, orientação espacial e temporal, memória, percepção visual e auditiva, equilíbrio e direção, entre outros.
Os programas oferecidos na equoterapia são quatro destinados às diversas necessidades dos praticantes:
- A hipoterapia: um programa de reabilitação para pessoa com deficiência física ou intelectual, que não têm condições para manter-se sozinha no cavalo. Necessita, portanto, de auxiliar – guia e auxiliar – lateral, que ficam juntos e ao lado do praticante, acompanhados pelo terapeuta, que conduz a execução dos exercícios programados;
- A reeducação equestre: um programa de reabilitação para quem tem condição de exercer alguma atuação sobre o cavalo e conduzi-lo;
- O pré-esportivo: um programa de reabilitação ou educativo para quem tem boas condições para atuar e conduzir o cavalo. O praticante pode participar de alguns exercícios de hipismo;
- Esportivo: aplicado também como reabilitação e educativo para quem tem boas condições para andar a cavalo, já podendo participar de competições hípicas.
Fonte: Haras Engenho
Adaptação: Escola do Cavalo
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