Ser ginete é muito mais do que saber montar ou domar um cavalo, para ser um bom ginete é preciso ter um dom, além de muita responsabilidade e comprometimento. Um bom exemplo é o caso do ginete Charles Fagundes que começou competir há pouco tempo, mas desde pequeno cresceu envolvido com a lida no campo. Entre os prêmios mais relevantes, ele destaca a nona posição na prova de domingo do Freio de Ouro na Expointer 2011. “Eu nunca havia disputado esta etapa e mesmo não ganhando nenhuma premiação, para mim foi a melhor colocação desde que iniciei como ginete”, esclarece, lembrando também de quando ganhou na categoria aspirante, também na Expointer, logo que começou a domar.
De acordo com Fagundes, que além de ser ginete também possui um Centro de Treinamento no Parque Vali Albrecht, em Carazinho, o animal e o homem devem construir uma relação de amizade. “Deve-se ter muito gosto pelo que se faz, pois o trabalho é contínuo e exige bastante, acordando cedo. E não é só saber montar, você deve ser responsável pela alimentação, cuidados com veterinário, treinamento, entre outros”, acredita ele.
A facilidade da doma depende de cada cavalo e o tempo para levá-los a uma competição pode variar de alguns meses a um ano, assegura o ginete. “Não somos um bom ginete sem um bom animal”. Fagundes ressalta “o Freio de Ouro possui oito etapas, então temos que mostrar a eles o momento de serem dóceis no caso das andaduras, a hora de serem fortes quando executar manobras. E isso ele só aprende se o ginete tiver uma boa relação com o cavalo”.
Alguns estímulos como um momento de descanso, um agrado deve ser oferecido aos animais quando eles correspondem, realizando os movimentos corretamente. Porém quando ocorre um erro, Fagundes comenta que o trabalho é mais enfático, como uma forma de castigo. “Eu procuro sempre terminar o serviço com eles acertando, para que nas próximas vezes eles se empenhem em fazer tudo corretamente, pois eles já entendem que fazendo isso estarão livres do trabalho mais rapidamente”, revela.
Para um ginete domar um cavalo ele precisa ter noções de respeito e educação, isso acaba refletindo na vida desses profissionais como aprendizado.
Com a doma é possível perceber que os bichos não são animais irracionais, se o cavalo não tivesse raciocínio não corresponderia aos comandos do ginete. “Com um treinamento sério e respeitando o animal você vai ter um cavalo manso, de força, habilidoso e vaqueiro, que é o que se precisa para participar das provas”, afirma Fagundes.
O cavalo crioulo tem um dia-a-dia bastante regrado. Em provas como a chamada de morfologia no freio de Ouro, o cavalo é avaliado pela sua beleza o que exige um trato muito bem feito. Em dias de prova a rotina do cavalo é bem puxada. Segundo Fagundes “ás 5h da manhã eles recebem alimentação e em dias que não há chuva saem do galpão para o pendurico por volta das 7h. Durante a manhã são rasqueteados e trabalhados na pista. Às 11h voltam para o galpão onde comem alfafa; às 12h30min comem ração e às 14h saem de novo”, descreve Fagundes. Quanto aos equipamentos para a montaria, o ginete salienta que sempre procura comprar itens de boa qualidade para não machucarem o animal.
No momento de domar o profissional também deve ter cuidados, pois como indica Fagundes, este é um trabalho arriscado. “Eu nunca me acidentei gravemente, mas já quebrei um braço trabalhando com o cavalo. Tenho dois alunos de 12 e 13 anos, e sempre aconselho que tenham cuidado. Procuramos colocar um gado mais manso e orientamos para que façam tudo o mais certo possível”, indica.
Fonte: Por Proscila Devens – Diario do Amanhã
Adaptação: Escola do Cavalo
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