Atividades sócio-econômicas importantes são desempenhadas pelos cavalos. Para que, os animais, tenham sucesso na realização das mesmas é necessário um acompanhamento nutricional com programas de alimentação característicos à sua fisiologia digestiva e objetivo da equinocultura.
Com o conhecimento da fisiologia da digestão dos equinos é possível alcançar boas práticas nutricionais, conhecer o funcionamento do trato intestinal e como pode ser eficiente o seu funcionamento, para êxito nas diversas atividades equestres, relacionadas com cada estágio fisiológico do animal ou com os objetivos do criador. A avaliação da ingestão dos diferentes alimentos pelos animais também é importante, devido aos aspectos morfofisiológicos do trato gastrintestinal de cada espécie.
É necessário saber a caracterização dos alimentos direcionando o mais adequado aos animais. É importante saber a composição químico-bromatológica, presença de fatores anti-nutricionais ou outras características que possam limitar o uso na alimentação animal. Além, da alimentação o manejo adequado leva ao bom desempenho animal.
Quando os animais não encontram um ambiente favorável podem apresentar distúrbios fisiológicos ou orgânicos como em seu comportamento como: vícios e agressividade ocorrem principalmente em animais estabulados; distúrbios sexuais, independentes no sistema de criação. Viver em pequenas baias ou piquetes modifica drasticamente o modo de viver natural (vida em grupo e o tempo de pastejo) dos equinos, isso afeta o seu comportamento. Uma das maneiras de cuidar dos cavalos nos estábulos é manter a temperatura por volta de 25° C, temperatura aceitável de conforto térmico à espécie.
Os animais que vivem estabulados comportam-se da seguinte maneira: posição do animal (em pé ou deitado); localização do animal dentro da baia (frente, centro, fundo); temperamento do animal (quieto, agitado, alerta); tempo depreendido em alimentação e passeio diário assim como desenvolvimento de alguns distúrbios de comportamento (morder partes da baia, comer fezes, aerofagia), todos esses comportamentos devem receber atenção especial.
Com a alimentação, o número de refeições diárias, ajuda os animais a ocupar boa parte do tempo, eles levam em média uma hora e meia para se alimentarem, provocando comportamento parecido com a frequência circadiana alimentar e ao hábito natural de alimentação da espécie o que garante o fluxo de digestão mais constante.
Na alimentação, se compararmos os animais alimentados com concentrado e com feno, os que se alimentam com feno gastam mais tempo, o que leva a menos tempo ocioso para adquirir distúrbios no comportamento, do que os animais que comem concentrado. Alguns pesquisadores acreditam que o tédio é um dos principais fatores que acarretam distúrbios comportamentais nos animais.
Levar o cavalo a passeios diários, mesmo que por pouco tempo, auxiliam nos movimentos peristálticos, acalmam os animais e evitam o aparecimento de edemas graves nos membros. Os equinos criados em baias sem contato com outros animais ou ambiente, podem apresentar maior comportamento anormal do que os mantidos em baias com maior visibilidade do ambiente.
Quando o ambiente não é favorável os distúrbios aparecem em grande parte pelo estresse, quando existem problemas de nutrição inadequada ou insuficiente, alterações climáticas, exaustão provocada por exercícios exagerados, presença ou ausência de cama, alojamento pequeno, falta de tranqüilidade e falta de contato social com outros animais ou seres humanos.
Os animais estabulados podem apresentar comportamento agressivo quando, por algum motivo (medo, estresse ou entediado), acessam a autodefesa tornando-se agressor. Eles também poderão sofrer de claustrofobia natural, pois, tem hábito natural por grandes áreas, quando presos podem se tornar agressivos. Outros apresentam comportamentos agressivos somente em algumas situações como: durante alimentação, cio, manuseio da cabeça ou membros, na baia ou quando capturados no pasto.
Quando há distúrbios relacionados à alimentação e consequente indigestibilidade, os animais apresentam incidência de mastigação ou morder madeira, podendo ser explicado por tempo maior ocioso ou deficiência de material fibroso. Esses comportamentos além de causar prejuízos com as instalações, podem trazer irritações intestinais, cólicas, problemas dentários. As causas são diversas como: deficiências de minerais na dieta, limitada quantidade de forragens fornecida, alimentos macios que levam pouco tempo para ser ingerido. Cuidados como ocupação do tempo ocioso, alimentação adequada e exercícios podem reduzir o vício.
Outro vício encontrado é a coprofagia (comer fezes), preocupante quando ocorre em animais adultos, pois pode causar infestações parasitárias, transmissão de doenças e cólicas. Esse comportamento pode estar relacionado à deficiência de proteínas e deve ser orientado por um profissional capacitado.
Temos também a aerofagia (engolir ar) como vício de comportamento de animais estabulados. Esse hábito causa cólicas gasosas e é difícil de ser eliminado. Recomenda-se cuidados com a quantidade de alimentos oferecidos e tempo entre cada refeição.
Assim, as condições necessárias para prevenir o desvio de comportamento são: exercício, montadas regulares e treino. Além da dieta equilibrada, cuidados com a saúde, tempo no campo de pasto com outros animais.
Fonte: Equitação Especial
Adaptação: Escola do Cavalo
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