O organismo dos equinos demanda valores nutricionais diferenciados em cada fase da vida

Dentro de um haras existem animais em diferentes fases da vida, éguas no cio, parindo, amamentando, potros se desenvolvendo, animais trabalhando, se reproduzindo e até competindo. Em cada uma das fases o organismo dos animais possui necessidades nutricionais diferentes; uma hora querendo mais energia, outra mais proteína.

Os custos com a nutrição em um haras equivalem a cerca de 50 a 60% dos custos totais do criatório. Através dela, o equinocultor pode decretar o sucesso ou o fracasso da atividade. Sendo assim, não é difícil entender a vital importância desse quesito.

Segundo Sigismundo Fassbender, zootecnista e gerente da linha de produtos equinos da Guabi, para que a criação de cavalo obtenha sucesso é preciso estar atento ao tripé: genética, manejo e nutrição. Não adianta se o haras tiver uma boa genética, mas se descuidar do manejo e/ou da nutrição, o sistema não se equilibra, e assim por diante. Não adianta investir apenas em genética e não se preocupar em fornecer as condições necessárias ao animal para que seu potencial genético seja desenvolvido de forma completa.

De acordo com o zootecnista os animais podem se divididos em grupos ou categorias de acordo com fase da vida: éguas gestantes, éguas em lactação, potros, reprodutores e animais de competição. Éguas prenhas exigem um cuidado especial no terço final da gestação, que é quando o potro mais se desenvolve, chegando a crescer algo em torno de 70% do seu tamanho ao nascimento. A égua passa então a ter uma exigência maior de proteína, energia e outros nutrientes. E para que chegue bem a essa fase de reprodução, com escore corporal adequado, deve ter recebido antes também um bom acompanhamento.

Já para as éguas em lactação, a exigência aumenta muito nessa época. Boa parte do que ela ingere é para converter em leite e amamentar o potro. O criador deve cuidar para que ela passe por esse período e não comprometa seus ciclos reprodutivos futuros.

Potros recém-nascidos também necessitam de uma atenção especial porque crescem 85% de seu tamanho no primeiro ano de vida. É nesse período que o manejo nutricional vai determinar o que esse animal vai ser no futuro. Entre dois anos e meio e três anos, ele entra em outra fase em que começa a ser montado e a ser trabalhado. Precisa, portanto, de suporte nutricional pesado para que consiga ao mesmo tempo continuar se desenvolvendo ou, no caso das fêmeas, ainda se preparar para emprenhar, então precisará estar bem para suportar a gestação.

Animais de competição, como salto, equitação (CCE), prova dos tambores, baliza, enduro, marcha, laço etc. possuem um necessidade de energia muito alta. É preciso trabalhar com eles com capim de boa qualidade e ração concentrada de alta densidade energética. Aliado a isso, há também o acompanhamento da preparação física e planejamento dos eventos que vão participar é muito importante.

A nutrição para os reprodutores deve receber atenção especial, os reprodutores têm que ser preparados um tempo antes da estação de monta, que no Brasil começa no período de agosto e setembro, para que tenham alguma reserva em função do desgaste que terão. Neste período os animais costumam perder peso. Mas não se trata de deixar o animal obeso, e sim num estado nutricional bom para que ele tenha boa qualidade de sêmen e consiga fazer as coberturas.

Para fornecer embriões de qualidades as doadoras de embriões também precisam estar bem para fornecerem embriões de boa qualidade e em quantidade durante o período reprodutivo.  O zootecnista explica que em relação às doadoras geralmente elas não chegam a dar problemas, pois estão sempre muito bem tratadas. As receptoras é que necessitam de uma atenção maior.

Segundo Fassbender, no Brasil é comum de se colocar embriões resultantes de um cruzamento entre um cavalo campeão com uma égua campeã em uma égua que não esteja bem nutrida. O resultado é a perda desse embrião. Por não ter condições físicas, a receptora não consegue levar a gestação adiante. “O prejuízo não é tratar a receptora, mas sim perder o embrião, que muitas vezes pode valer R$ 30 mil a R$ 40 mil”, alerta o zootecnista.

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 Fonte: www.diadecampo.com.br

Autor(a): Marcelo Pimentel

Adaptação: Escola do Cavalo

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