A Transferência de Embriões em equinos vem ganhando cada vez mais destaque na área reprodutiva. Isto porque o método é de grande importância para o desenvolvimento da indústria do cavalo.
Porém, para atingir o sucesso na técnica, muitos fatores devem ser levados em consideração. E para ajudar, é muito importante saber identificar os principais erros na realização dessa biotecnologia.
Pensando nisso, neste artigo vamos abordar os principais erros na realização da Transferência de Embriões (TE) em equinos e falar sobre a experiência necessárias para a realização da técnica. Aproveite a leitura!
Transferência de embriões em equinos
A Transferência de Embriões em equinos é uma biotécnica reprodutiva que consiste na coleta de um ou mais embriões de uma égua doadora e a transferência deste para o útero de outra égua.
A doadora pode ser coberta ou inseminada com um garanhão de genética superior, o mais próximo possível da ovulação. A técnica é realizado por meio de um lavado uterino transcervical, de 6 a 9 dias após a ovulação da doadora. O óvulo fertilizado é transferido de maneira não cirúrgica a uma receptora que precisa ser previamente sincronizada.
O momento ideal para a colheita é o 8º dia após a ovulação. Porém, para as doadoras que apresentam infecção urinária o indicado é o 6º ou 7º dia. Já para as idosas ou inseminadas com sêmen congelado, o 9º dia.
O método tem como principais vantagens o ganho na eficiência reprodutiva e no incremento do melhoramento genético do plantel. Sendo assim, favorece o aprimoramento das raças e seus cruzamentos.
Principais erros
Vários fatores influenciam no resultado da transferência de embrião em equinos, sendo que alguns deles podem comprometer todo o programa. Leia os pontos abaixo e veja se está cometendo alguns desses erros.
Erro na escolha dos animais de matriz
A égua escolhida para receber o embrião é chamada de receptora. Esta deve passar por uma seleção criteriosa pois vai ser a responsável por levar a gestação a termo.
As receptoras não podem ter problemas reprodutivos, anormalidade uterinas e ovarianas. Precisam ter tamanho semelhante ao da doadora, ter boa índole, habilidade materna, bom desenvolvimento mamário. O indicado é escolher as que já tiveram crias bem sucedidas.
Já a doadora precisa ser a de melhor potencial genético, já que a constituição genética do potro será determinada por ela e pelo garanhão. É preciso levar em consideração diversos fatores como seu histórico reprodutivo, idade ou as diretrizes do registro da raça. Contudo, até mesmo as fẽmeas idosas ou com problemas de gestação, mas com alto padrão genético, podem ser doadoras.
O garanhão .É sempre importante destacar que um garanhão consegue fecundar de 6 a 8 éguas em apenas uma ejaculada, por meio da inseminação artificial. Por isso, sua escolha deve ser ainda mais criteriosa.
Na hora de selecionar os doadores, também é preciso levar em conta os resultados dos possíveis cruzamentos. Para garantir uma prole de qualidade superior.
é essencial analisar os pontos positivos e negativos da égua e do garanhão, buscando sempre o equilíbrio.
Manejo nutricional incorreto
O manejo nutricional é muito importante durante o processo, mas principalmente após a transferência de embriões em equinos, visto que pode afetar as taxas de prenhez.
É muito importante que, durante a estação de monta, as éguas estejam ganhando peso. Caso as receptoras apresentem boa condição corporal, mas estiverem perdendo peso, as taxas de prenhez e perda embrionária podem ser acabar sendo afetadas.
Neste sentido, a alimentação das receptoras deve ser devidamente controlada. O recomendado é colocá-las em um pasto diferente, oferecer concentrado de melhor qualidade e fácil acesso à água.
Erro na escolha do semên
É muito comum acontecer erros durante a escolha do sêmen,o que pode acabar atrapalhando todo o programa.
Na escolha, a principal característica desejável é a alta qualidade do sêmen. Se estiverem resfriados ou congelados, é fundamental verificar se o armazenamento aconteceu de forma correta.
O ideal é que a escolha seja feita com muito critério por um profissional experiente que tenha conhecimento dos diferentes tipos de sêmen, as formas de armazenamento, as particularidades de cada raça, enfim diversos pontos que podem fazer toda a diferença.
Para ajudar, é muito importante que o garanhão realize o exame andrológico, um tipo de avaliação criteriosa e detalhada que investiga todas as características reprodutivas do animal e a qualidade do sêmen.
Não acompanhamento do ciclo estral das éguas
Outro erro muito recorrente nos programas de transferência de embriões equina é o não acompanhamento do ciclo estral das éguas. Contudo, esta é uma das etapas fundamentais para o sucesso da técnica.
Saber a fase em que o ciclo estral está é crucial e o acompanhamento pode ser feito por meio de palpação transretal e da ultrassonografia.
As receptoras precisam ter um ciclo estral regular e devem ser examinadas diariamente para monitorar o crescimento folicular e a ovulação, o que é fundamental para garantir que estão preparadas para receber o embrião.
A técnica de TE em equinos é extremamente importante para a equinocultura e pode ser muito lucrativa quando bem realizada. Por isso, é muito importante ficar atento a cada etapa do procedimento e saber identificar os erros mais comuns.
Infelizmente, no Brasil ainda existem poucos profissionais atuando de forma bem sucedida em relação à demanda. Sendo assim, os que estão investindo nessa área estão conseguindo inserir em uma mercado restrito e de alta valorização.
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Fontes: SHOP Veterinário, UECE e Revista Veterinária