Para a medicina veterinária a gestação das éguas é considerada de grande importância. Isso se dá, porque o desenvolvimento embrionário equino tem algumas particularidades que precisam ser consideradas. Como o embrião, que começa a se desenvolver após a fecundação do ovócito e, em média no 150º dia, forma a placenta madura e funcional, alterando a morfologia e a imunidade do útero do animal.
Diferente de outras espécies, os equinos possuem algumas diferenças em alguns aspectos de sua gestação em relação à outros animais, sendo que algumas variações estão relacionadas ao desenvolvimento morfológico de seu embrião, aos anexos fetais e à junção feto-maternal, por exemplo. Por meio das características peculiares da espécie, o desenvolvimento pode ser mais bem entendido, sendo estudado e pesquisado para melhorias na reprodução equina.
O cavalo é modelo na embriologia por se apresentar com características únicas, do início ao fim da gestação, com ocorrência contrastes com outras espécies. As técnicas de reprodução assistidas garantem uma boa gestação, minimizando perdas e aumentando os resultados das biotecnologias.
Neste artigo você vai entender mais sobre:
- Desenvolvimento embrionário equino
- A importância de realizar esse acompanhamento
- Por que a capacitação é importante?
Boa leitura!
Desenvolvimento embrionário equino
Como destacamos, o desenvolvimento embrionário equino tem características próprias, divergindo em alguns pontos de outras espécies de mamíferos. Além de características como as particularidades no desenvolvimento morfológico do embrião, estas também são observadas no desenvolvimento da estrutura do âmnio, dos cálices endometriais e na movimentação e atividades fetais.
Outro ponto específico dessa gestação, é a relação do embrião com o ambiente uterino. O embrião equino sinaliza sua presença ao útero, também definido aqui como sistema materno. Dessa forma, está garantida a manutenção do corpo lúteo e a produção de progesterona. Em oposição, esse sinal indica o momento de parar o desenvolvimento do endométrio e sua atividade secretora.
Além disso, durante seu desenvolvimento, o embrião libera outros sinais, como hormônios e proteínas, que geram comportamentos e reações no corpo da égua muito estudados por profissionais veterinários. Assim, para compreender melhor esses sinais e seus objetivos, é preciso compreender todo o desenvolvimento do embrião equino.
Um ponto importante desse estudo, é o reconhecimento das fases do desenvolvimento e suas características. De modo geral, esse período compreende as fases de:
- Fecundação;
- Clivagem;
- Compactação;
- Transporte do embrião no oviduto;
- Blastocisto;
- Surgimento da cápsula e desprendimento da zona pelúcida;
- Desenvolvimento do saco vitelínico;
- Transição de saco vitelínico para saco alantóide;
- Formação e função dos cálices endometriais;
- Reconhecimento materno da gestação;
- Placentação inicial.
Por fim, nesta etapa é importante compreender que todo o ciclo gestacional da égua gira em média em torno de 315 a 340 dias. Sendo que o ciclo até a formação de uma placenta madura, leva por volta de 150 dias.
A importância de realizar esse acompanhamento
Realizar o acompanhamento do desenvolvimento embrionário equino é de grande importância para a medicina veterinária. Devido às suas particularidades anteriormente citadas, o estudo desse ciclo permite compreender melhor a gestação e, por consequência, melhorar diversas biotécnicas reprodutivas.
Juntamente, o estudo da relação do embrião com o ambiente uterino, permite que veterinários compreendam melhor a relação fisiológica da gestação desse animal. Dessa forma, o entendimento para protocolos de hominização, sincronização de ciclos estrais, inseminação artificial, transferência de embriões e muitos outros podem avançar consideravelmente.
Isso é claro, considerando apenas os processos de acompanhamento voltados para a pesquisa, estudo e aprimoramento. Contudo, processos como o diagnóstico gestacional e a sexagem fetal e o próprio acompanhamento gestacional englobam o acompanhamento do desenvolvimento embrionário equino. Tais processos são essenciais para criadores, proprietários e veterinários, sendo responsáveis por permitir o aumento da equideocultura no Brasil.
De modo mais direto, o diagnóstico gestacional precoce é fundamental para o manejo reprodutivo. Determinar a ocorrência da gestação e o estágio de desenvolvimento do feto oferece previsibilidade e a possibilidade de planejamento, além de nortear as práticas de manejo da égua para garantir um produto saudável sem complicações de parto. Já a sexagem fetal, como o nome sugere, é o processo de determinação do sexo do feto gerado. Como prática, além de auxiliar e orientar o manejo, ela é fundamental para a comercialização deste setor da criação de animais.
Por fim, o acompanhamento gestacional são as técnicas que englobam todo o processo de reconhecimento da gestação, manejo da égua e do feto, além de cuidados veterinários durante esse período. Dessa forma, é possível garantir que a égua e o produto cheguem ao período final e ao part em segurança e saudáveis, alcançando os resultados esperados.
Tudo isso tem início no desenvolvimento embrionário equino e, portanto, fazer o acompanhamento desse processo é fundamental para garantir uma gestação saudável e compreender melhor a reprodução equina.
Por que a capacitação é importante?
Como ressaltamos anteriormente, o acompanhamento gestacional de equinos tem importância considerável, tanto no setor econômico quanto no acadêmico. Se considerarmos que o acompanhamento dos estágios iniciais, principalmente do desenvolvimento embrionário equino, é essencial para que todo o processo corra bem, fica claro a importância de um profissional treinado.
Isso porque, cabe ao veterinário as execuções das técnicas reprodutivas, bem como todo seu acompanhamento. Pensando no tempo gestacional das éguas, de quase 11 meses, e no investimento médio aplicado na estação de monta, fica claro a importância de um profissional treinado. O veterinário precisa ser capaz de reconhecer as nuances de cada estágio da gestação, desde a formação do embrião.
Dessa forma, ele terá mais segurança para compreender a evolução do feto, oferecerá diagnósticos e orientação mais precisas de forma mais rápida e, por consequência, será capaz de melhorar as taxas de resultados reprodutivos. Assim, tanto para proprietários quanto para médicos veterinários, considerar a experiência e a capacitação dos envolvidos é uma questão de bom investimento. Afinal, o conhecimento prático é um forte aliado de quem deseja produtos saudáveis de alto valor genético.
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Fontes: Revista Portuguesa de Ciência Veterinária, MAIA, OLIVEIRA e CROCOMO e SILVA e OLIVEIRA