Mastigação de equinos: entenda mais sobre a fisiologia desse processo

É correto dizer que garantir uma alimentação de qualidade para os animais é imprescindível para seu bem-estar e sua qualidade de vida. Contudo, analisar a mastigação de equinos também é uma tarefa de extrema importância, uma vez que esse processo está diretamente ligado à saúde do animal e afeta diferentes áreas do seu cotidiano, até mesmo na reprodução. Assim, deve-se estar atento a possíveis entraves que impeçam que a mastigação seja feita da maneira correta. 

Gostaria de saber mais? Continue a leitura e saiba mais sobre a mastigação de equinos!  

Primeira etapa da digestão: a importância da mastigação  

Mastigação de equinos entenda mais sobre a fisiologia desse processoO processo de digestão inicia-se a partir da mastigação do alimento na boca do animal e é de extrema importância que esse procedimento seja feito da maneira correta. O alimento deve ser devidamente triturado para facilitar os outros processos digestivos, uma vez que a mastigação quebra os alimentos em pedaços menores, aumentando sua superfície de contato com enzimas digestivas. 

Além dessa função, a mastigação e a saliva também auxiliam na lubrificação do bolo alimentar, se mostrando, mais uma vez, essenciais à digestão. Assim, caso essa etapa não seja efetivamente desempenhada, poderá prejudicar outras fases do processo digestivo. 

Apreensão, mastigação e deglutição   

Avaliar a capacidade de apreensão e deglutição do animal é um fator importante, bem como a análise da mastigação de equinos, já que podem revelar algumas anormalidades.

A fase de apreensão está relacionada à capacidade do animal de captar a comida diretamente do chão. Assim, observando a maneira como o animal desempenha essa função, pode-se perceber lesões na coluna, dores no pescoço e alterações nos dentes, tais como oclusões. 

Também é necessário avaliar a mastigação e deglutição. A quebra dos alimentos deve ser feita corretamente pelos dentes molares e pelos movimentos ideais da mandíbula e da língua. Além disso, o equino deve se mostrar capaz de deglutir os alimentos, etapa que pode ser observada pelo pescoço do animal. 

Possíveis alterações nos dentes de equinos

Para garantir o bem-estar do animal, é preciso avaliar os dentes e outras estruturas da boca, já que algumas alterações nesse local podem acabar por influenciar negativamente na mastigação de equinos. Além disso, algumas anormalidades nos dentes podem, também, causar desordens gastrointestinais nesses animais. 

Quando o equino é acometido por alguma alteração em seus dentes, é comum que apresente alguns sinais clínicos, tais como: salivação em excesso; rejeição pela embocadura; perda de peso; queda de performance e dificuldades na deglutição e mastigação.

Assim, é necessário estar atento a esses quadros, pois podem indicar anormalidades que devem ser tratadas.

Leia a seguir alguns dos problemas odontológicos mais comuns em equinos.

Cauda de Andorinha 

É o nome dado à aresta que é observada em virtude do desgaste dos dentes incisivos. É um tipo de fissura comumente encontrado em animais de 7 a 13 anos de idade. Essa anormalidade pode prejudicar a mastigação de equinos, uma vez que impede que os cavalos triturem corretamente os alimentos. Nesses casos, a fim de evitar que os animais sejam acometidos por cólicas, deve-se modificar a sua alimentação. 

Dente de Lobo 

O chamado “Dente de Lobo” é o primeiro pré-molar do equino. Essa estrutura é vestigial, ou seja, não apresenta função na mastigação. Contudo, caso sua erupção ocorra em algum local inadequado, pode causar um enorme desconforto na mastigação, já que pode acabar por causar feridas na região interna bochechas.

Ganchos

Quando os dentes molares e pré-molares do animal não estão alinhados, diz-se que o animal apresenta “ganchos”. Em alguns quadros, essa anormalidade observada for muito grande, pode chegar até mesmo a penetrar o céu da boca do equino, causando-lhes uma intensa dor ao mastigar.  

Diastema 

Os espaços irregulares entre os dentes incisivos e os molares são chamados de diastema. Em alguns casos, os animais desenvolvem um novo dente nesses locais, que são responsáveis por dores e desconfortos.  

Mastigação de equinos e reprodução 

Mesmo que aparentemente sejam muito distintas, essas duas áreas podem estar diretamente relacionadas. 

Um exemplo disso é em relação às éguas que tiveram filhotes há pouco tempo. Essas fêmeas precisam de uma alimentação adequada para que possam produzir e fornecer leite em quantidades ideais para os animais recém-nascidos. Contudo, caso haja alguma desordem na mastigação desses animais, a absorção de alguns nutrientes essenciais pode ser prejudicada, influenciando negativamente na qualidade do leite produzido e no desempenho reprodutivo da fêmea.    

Também, os animais que não possuem uma mastigação ideal podem ter sua performance prejudicada nos períodos de monta, em razão de possíveis dores e desconfortos causados pela mastigação incorreta. Assim, analisando esse aspecto e os hábitos alimentares do equino, pode-se encontrar os motivos de uma baixa capacidade reprodutiva. Nesse sentido, realizar o exame odontológico para analisar a mastigação de equinos antes das estações de monta pode ser um diferencial no índice reprodutivo da fazenda. 

Como identificar problemas na mastigação de equinos? 

É muito importante que os cuidadores, criadores e profissionais que trabalham com equinos saibam como diagnosticar a mastigação incorreta dos animais, para que essa situação possa ser corrigida da melhor maneira e o mais rápido possível.  

Primeiramente, é necessária a avaliação da baia dos animais. Caso sejam encontrados restos de feno e ração nos cochos de água e os alimentos estejam espalhados e parcialmente mastigados, é possível que o equino apresente anormalidades em sua mastigação, em razão de dores ou desconforto. 

Além disso, alguns sinais físicos podem ser observados, tais como magreza excessiva, cólicas, mau hálito e alterações comportamentais (agressividade, anormalidades nos ciclos estrais e seletividade alimentar) 

Como foi visto, a mastigação de equinos é um processo que, além de influenciar diretamente na digestão, está diretamente ligada a outros aspectos da vida do animal. Assim, é de extrema importância que o profissional domine informações sobre a fisiologia desse processo, para que consiga detectar e tratar os problemas bucais e dentários dos equinos. Gostaria de aprofundar seus conhecimentos e se especializar na área? Conheça o Curso de Odontologia Equina!  

Fontes: CPT Cursos Presenciais, Alinutri, Luiz Rapp Odontologia e Pesquisa em Medicina Equina